O projeto Leia Mulheres visa ampliar a leitura e a produção literária inclusiva por meio de projetos de rodas de leitura e discussão de livros de autoria feminina, que promova o debate de temáticas relacionadas ao Núcleo de Ações Afirmativas (NAAf) do Campus Viamão. O programa justifica-se pela importância do ato de ler e pela relevância social para toda a comunidade, assim como um estímulo à produção intelectual. O objetivo principal é incentivar a leitura e viabilizar estratégias que permitam o acesso à leitura de obras femininas na literatura, além de focar em atividades que proporcionem reflexões sobre a desigualdade de gênero, fomentando a presença da mulher na literatura por meio da leitura de obras escritas por mulheres, quase sempre ignoradas pelo cânone tradicional. O projeto busca promover a inclusão social dos grupos que não tem acesso à obras literárias, assim como estimular a produção textual, proporcionando encontros para efetivar a leitura e a discussão de temáticas relevantes, que coloquem a diversidade em foco. Autoras mulheres são raras em livros didáticos – e até mesmo em manuais de literatura usados em faculdades de Letras de todo o país, que privilegiam obras de autoria masculina. Em função disso, muitas vezes a formação dos próprios professores se torna deficiente em termos de diversidade autoral, criando um círculo vicioso. Por isso, um projeto que foque na leitura de obras escritas por mulheres é uma forma de fazer justiça, trazendo textos que geralmente não são trabalhados na escola. A escritora presente em uma roda de leitura de outubro é Conceição Evaristo, autora do livro “Olhos d’Água”. Nascida em uma favela de Belo Horizonte, de origem muito pobre, tinha nove irmãos e vivia com a sua mãe. Teve que conciliar trabalho e estudo. Hoje é mestra em Literatura Brasileira pela PUC-Rio, e doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense. O texto selecionado para a leitura foi “Quantos filhos Natalina teve?” onde temas sobre a realidade feminina são abordados.