Última alteração: 23-10-2017
Resumo
A escola reflete as ideologias dominantes de uma sociedade, dentre elas percebemos o machismo refletido nos seus aspectos mais diversos, tanto nos modos de dizer, nos modos de agir, quanto nos vários tipos de preconceitos. Entretanto, o espaço escolar pode ser utilizado para a desconstrução dessas ideias que se perpetuam a tanto tempo, como é o caso do patriarcado. Dessa forma, o projeto de extensão “A nossa Voz: Precisamos falar sobre feminismo”, do IFRS Campus feliz, foi pensado com o intuito de oportunizar espaços de diálogo e construção coletiva de conhecimento, mobilização e conscientização sobre equidade de gênero, diversidade e direitos humanos sob o viés dos estudos feministas em escolas da região do Vale do Caí através do protagonismo juvenil, estudantil e feminino. A necessidade de proporcionar diálogos reflexivos sobre esses temas na escola vem da busca pela valorização da mulher, pelo respeito às diferenças, tendo em vista o alto índice de violência relacionada ao gênero, pela desconstrução de estereótipos sexistas e, ainda, devido ao fato de que é possível propiciar transformações dessa realidade, especialmente na escola, onde ocorre a formação do sujeito, por meio da propagação de uma cultura de combate ao machismo. O projeto se materializa a partir de oficinas com estudantes de quinto e nono ano do ensino fundamental, adaptadas para cada faixa de desenvolvimento, estruturadas e conduzidas pelas bolsistas com o apoio das servidoras colaboradoras do projeto. Para isso, as estudantes e equipe do projeto utilizaram cinco meses para a elaboração das oficinas, concomitantemente com o aprofundamento teórico e a capacitação para a condução do trabalho em sala de aula com o público alvo. A experiência que tivemos até então nos mostrou algumas dificuldades ao abordar a temática feminista, o que constatamos que se deu em virtude de estarmos inseridas em um local de costumes conservadores, onde há resistência e falta de percepção sobre as problemáticas abordadas. Apesar disso, os diálogos têm trazido resultados que são visíveis através do retorno dos alunos e das alunas, além de estar sendo uma forma de fomentar uma educação para as diversidades.