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O presente estudo, decorrente de pesquisa de doutorado em curso, pretende analisar a possibilidade de as instituições de educação profissional valerem-se da economia solidária como um eixo possível para organizar seus cursos na perspectiva da formação humana integral, a qual tem por preceito a articulação entre trabalho, ciência e cultura. Trata-se de estudo de caráter teórico, embasado no materialismo histórico-dialético, no qual se verá como a crise do trabalho assalariado, que ocorre no final do século XX e se aprofunda no século XXI, abre espaços para ataques à classe trabalhadora, mas também para a gestação de alternativas por parte desta, como afirmamos ser o caso da economia solidária. São identificadas as similaridades entre a perspectiva da formação humana integral e as lógicas de trabalho presentes nos empreendimentos de economia solidária, de forma a demonstrar que esta ser um eixo para aquela é de interesse da classe trabalhadora, com o objetivo de desnaturalizar a separação entre concepção e execução nos processos de trabalho, compreender cientificamente a sociedade capitalista e agir para a sua superação. Conclui-se afirmando a necessidade de as instituições de educação profissional e os agentes da economia solidária ampliarem o diálogo, a fim de que possam ensinar e aprender mutuamente, criando perspectivas que neguem as pretensas soluções apresentadas pelo capital para a crise do trabalho assalariado e, ao mesmo tempo, constituam uma educação profissional efetivamente emancipatória.

Economia solidária. Trabalho associado e autogestionário. Formação humana integral. Educação profissional.