Última alteração: 31-10-2022
Resumo
A produção de sabão é uma técnica popular, que envolve um conhecimento milenar, consistindo na mistura básica de gordura e uma substância alcalina. Geralmente, são utilizados aditivos para melhorar características sensoriais de cor e odor, contudo, na maioria das vezes as fragrâncias são sintéticas, sendo prejudiciais ao meio ambiente pois aumentam a demanda bioquímica de oxigênio em corpos hídricos, prejudicando o ecossistema aquático. Unindo os conhecimentos dessa produção artesanal com os da área técnica, esta pesquisa buscou entender a influência da adição de três diferentes ervas, propondo soluções sustentáveis na aromatização, poder limpante, ação antimicrobiana e características sensoriais. As ervas foram estudadas pela infusão diretamente no óleo durante 7, 14 e 21 dias. Os sabões foram produzidos com 50 mL de óleo vegetal reaproveitado e aromatizado e 6,75 g de NaOH na concentração de 99%, o qual foi dissolvido em 6 mL de água. A mistura dos reagentes foi realizada sob agitação até o endurecimento. O tempo de cura do sabão foi monitorado pela variação do pH, ocorrendo, geralmente, entre sete e 30 dias. Feito isso, foram realizados os testes microbiológicos utilizando a inoculação a partir de swab da mão limpa e inoculação após a mão ser lavada por 1 minuto. A partir do que foi observado, os sabões infundidos com canela, apresentaram melhor poder emulsificante. A cor não teve variações consideráveis e quanto ao odor, houve redução do cheiro rançoso, com destaque para o alecrim que proporcionou um produto mais cheiroso. O pH não foi alterado pelas ervas, exceto nas amostras com alecrim, que apresentaram um pH levemente maior do que as demais ervas. Conclui-se que as ervas naturais são uma boa alternativa em relação a aromatizantes. Pode-se também fazer misturas de ervas como de canela e alecrim para ter uma melhor emulsão e melhor odor.