O vidro é amplamente utilizado no nosso cotidiano, basta olhar ao redor, onde percebe-se diversos objetos feitos desse material. Apesar de ser 100% reciclável, ainda é majoritariamente descartado em lixões, podendo demorar milhões de anos para se degradar. Estima-se que apenas 25,80% desse resíduo coletado seja reciclado no Brasil, não havendo muito interesse devido ao baixo custo da matéria-prima, o que o torna desvantajoso financeiramente. Sabendo desse problema, surgiu a ideia de incorporar o vidro com a argila para o desenvolvimento de materiais cerâmicos ambientalmente amigáveis. Também foi verificada a possibilidade de implementar essa pesquisa no processo produtivo de uma olaria. Estudos prévios indicam que há benefícios na adição de vidro em cerâmicos. Sendo assim, analisou-se adições de 10% e 20% de resíduo de vidro moído em amostras produzidas por prensagem no laboratório e por extrusão na olaria. Foram realizados ensaios de eflorescência, absorção e resistência mecânica, com base nas normas técnicas ABNT 15270 e ASTM C67-21. Os resultados nem sempre se comportaram de forma igual entre o estudo laboratorial e industrial. Nos tijolos produzidos na olaria houve melhora significativa na eflorescência pela adição de vidro. Quanto ao índice de absorção e resistência mecânica, os tijolos não tiveram tanto impacto na adição de vidro. Nas amostras prensadas produzidas no laboratório todas as propriedades melhoraram, podendo destacar aumento na resistência de 49,27% e redução na absorção de água em 4,44%. Pode-se concluir que é possível produzir industrialmente um produto cerâmico com melhores propriedades e que sejam ambientalmente amigáveis.