A destinação e disposição final inadequadas de plásticos vêm causando problemas ambientais muito sérios. Isso porque microplásticos já são consumidos pelo ser humano, estando presentes em frutos do mar, na água e no solo. E as embalagens de uso único contribuem para o cenário atual. Em decorrência disso, este projeto visa desenvolver compósitos a base de amido de milho, argila montmorilonita e fibras naturais como uma alternativa ao uso dos materiais tradicionais em embalagens, e também agregando valor a estas matérias-primas produzidas no sul do país, colaborando para o desenvolvimento científico e tecnológico. Para isso, os constituintes foram agitados com o auxílio de um mixer e as espumas foram moldadas sob pressão a 180°C. Foram empregadas diferentes concentrações de amido (85 a 100 g / 100g de sólidos), fibras de rami (0 e 10 g / 100 g de sólidos) e argila (0 e 5 g / 100 g de sólidos). A caracterização dos compósitos foi realizada, inicialmente, através da determinação dos teores de absorção de umidade e de água. Sob umidade relativa de 72%, as amostras F10 (10 g fibras/100 g sólidos) foram as que mais absorveram umidade, provavelmente, devido à natureza hidrofílica das fibras vegetais. As amostras contendo argila MMT5 (5 g argila/100 g sólidos) e F10MMT5 (10 g fibras e 5 g argila/100 g sólidos), obtiveram os menores índices de absorção devido à hidrofobicidade das nanopartículas da argila. Para a determinação dos teores de absorção de água, obteve-se resultados semelhantes aos de absorção de umidade. Do mesmo modo, a incorporação da argila montmorilonita levou à diminuição nos valores de absorção. Sendo assim, os resultados obtidos foram satisfatórios e possibilitam a aplicação dessas embalagens como alternativa a embalagens de uso único.