Última alteração: 07-10-2019
Resumo
A ocupação dos espaços públicos por meio de hortas urbanas permite o acesso da população local a alimentos frescos e saudáveis. Não somente a colheita dos alimentos é um resultado importante da criação das hortas, mas também a sua implementação e cuidados para mantê-la. Neste sentido, o envolvimento de vários atores, sociais e comunitários, nesta construção, permite a criação de uma rede colaborativa e solidária para se resgatar os fundamentos agroecológicos e da soberania alimentar. O objetivo do trabalho é criar hortas em Escolas e Centros Assistenciais no bairro Restinga, servindo de instrumento para a promoção de atividades de agricultura urbana, educação ambiental e segurança alimentar. A criação e manutenção de hortas orgânicas e urbanas em locais que a vulnerabilidade social se encontra presente é uma forma de fortalecer o vínculo de solidariedade e coesão social, proporcionando um espaço de cultivo, reinserindo os assistidos no seu convívio social e familiar. A produção de alimentos em ambientes domiciliares ou comunitários é forma produtiva e criativa de ocupar os espaços urbanos na Restinga, construindo, assim, uma cidade fisicamente organizada, economicamente sustentável e socialmente justa, e por conseguinte, melhorando a qualidade de vida de seus habitantes. O trabalho está sendo desenvolvido nos seguintes locais: 1) Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CRAS); 2) Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e outras Drogas (CAPS AD III); 3) Posto de Saúde da Quinta Unidade (Posto); 4) Escola municipal Dolores Alcaraz Caldas (Dolores); e 5) Escola municipal Nossa Senhora do Carmo (Carmo). Todos esses locais estão localizados no bairro Restinga. A Metodologia consiste em visitas aos espaços de implementação das hortas orgânicas para avalição do local e interesses de cada intituição. Em seguida se estabeleceu um plano de trabalho para preparação dos canteiros, plantação de mudas, etc. Semanalmente, cada local parceiro recebe um bolsista do curso técnico de Agroecologia para realizar alguma atividade específica na horta, envolvendo os assistidos desses locais. Os professores do Campus Restinga, assim como os técnicos da Empresa de Assistência técnica e Extensão Rural (Emater) estão colaborando na execução deste projeto. Eles contribuíram e continuarão auxiliando no planejamento e construção das hortas, no plantio, manejo e colheita das hortaliças. A avaliação do projeto está sendo contínua e qualitativa, baseada na observação do interesse e envolvimento dos participantes, e no final do projeto será feito elaboração de questionários para avaliação do alcance do projeto. Até o momento já foram implantadas hortas no CAPS AD III, no CRAS e no Posto de Saúde e contou com a participação das pessoas assistidas pelos locais, de grupos de crianças, de jovens, de idosos e pessoas voluntárias da comunidade. O trabalho ainda está em andamento e em seguida começará a atuar na criação destas hortas orgânicas nas escolas parceiras, permitindo trabalhar de forma eficiente e interdisciplinar a educação ambiental e alimentar dentro de um mesmo espaço. Como resultados desse trabalho, até o momento, são o conhecimento técnico adquirido por todos os envolvidos; a satisfação das pessoas envolvidas que estão fazendo parte desta construção social alternativa; dos beneficiados que estão consumindo alimentos saudáveis; do meio ambiente como todo, pois a produção orgânica permite o uso do solo sem agressão à biodiversidade; e, principalmente, dos alunos do curso de Agroecologia que se envolveram em uma proposta que vai ao encontro dos princípios propostos no curso que estudam. Ainda, como resultado, obteve-se mudanças nos aspectos alimentares consumo diário de hortaliças pelos alunos e implantação de hortas familiares, desta forma conclui-se que o trabalho desenvolvido levou os alunos a valorizarem, o espaço escolar e deu significado a aprendizagem.