Última alteração: 07-10-2019
Resumo
Hortas e pomares comunitários são espaços de produção coletiva da agricultura urbana, onde trabalham famílias oriundas do meio rural e outras que desejam participar do projeto de produção, educação ambiental, geração de renda, diminuição de desperdício e aproveitamento integral dos alimentos. Tais iniciativas são criadas e desenvolvidas com o propósito de garantir a segurança alimentar para estas famílias, atender a qualidade de vida das pessoas e gerar renda. O objetivo geral do trabalho é desenvolver práticas de manejo do solo que melhoram suas propriedades físicas, químicas e biológicas, a fim de deixá-lo adequado à produção e com isso permitir a implantação da horta e/ou pomar orgânico no Campus Restinga. O trabalho foi iniciado em maio de 2018 no Campus Restinga, na área disponível atrás da quadra de esportes. Inicialmente, para saber a produção vegetal, foi realizado amostragens das plantas de cobertura (do verão anterior) que estavam habitando a área, dentre elas: Braquiária (Braquiária sp), feijão-guandu (Cajanus cajan) e plantas nativas espontâneas. Coletou-se 4 (quatro) amostras de 1m2 da massa verde, pesou-se a massa verde e depois as plantas foram secas em temperatura ambiente até peso constante. Seguindo nesse mesmo planejamento de melhorar o solo, foi feita a semeadura das seguintes plantas de cobertura de inverno: Nabo forrageiro (Raphanus sativus), ervilhaca (Vicia sativa) e centeio (Secale cereale). As sementes foram distribuídas a lanço sobre toda a extensão do terreno de forma manual e em seguida foi realizada a roçagem das plantas e cobertura de verão, que habitavam anteriormente a área, ajudando assim a cobrir as sementes com a parte aérea dessas plantas. Posteriormente realizou-se a coleta de solo para analisar a sua fertilidade. A área da horta/pomar foi dividida em duas conforme sua homogeneidade. Foram coletadas 5 subamostras em cada um desses locais, na profundidade de 0-20 cm. A coleta foi realizada com pá de corte, o solo foi colocado em um balde, misturado até ficar homogêneo e enviado para análise de macro e micronutriente conforme metodologia de Tedesco et al. (1995). Durante o crescimento das plantas de cobertura de inverno, já entrando no final do ciclo das plantas, foi realizados plantios de ramas de mandioca, milho, feijão, chuchu, melancias e bananeiras. Todas as atividades descritas acima foram realizadas com a participação dos estudantes do curso técnico de Agroecologia, seus familiares e da comunidade local. O resultado da produção média de massa seca das plantas de cobertura do verão anterior foi de 5.625 kg/ha. Já para as plantas de cobertura de inverno, o crescimento das plantas não foi uniforme, diagnosticando que em algumas partes do área cultivada estão mais pobres de nutrientes que outras. Posteriormente o solo analisado mostrou essas diferenças na fertilidade. As culturas de milho e melancias cultivadas na área visualmente mais pobre teve um crescimento insatisfatório e não produziu sementes e frutos. Já a rama de mandioca que foi plantada na parte da área com maior produção de massa seca das plantas de cobertura de verão, o que indica uma melhor fertilidade do solo, se desenvolveu adequadamente até certo estágio de crescimento. Depois que a parte aérea e as raízes das mandiocas estavam mais desenvolvidas observou-se que as folhas começaram secar a as raízes apodrecer. O motivo para isso fpi a pouca oxigenação do solo, já que o mesmo está situado numa parte baixa do terreno e fica saturado nos períodos de maior precipitação. Dessa forma, para corrigir esse problema de saturação será preciso fazer uma drenagem da área para permitir o cultivo das plantas com mais segurança, já que a maior parte das plantas precisam de solo aerado para se desenvolver adequadamente.
Palavras-chave
Referências
TEDESCO, M. J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C. A.; BOHNEN, H.; VOLKWEISS, S. J. Análise de solo, plantas e outros materiais. 2.ed. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1995. 174 p.