Última alteração: 13-09-2018
Resumo
A economia criativa tem como fundamento a constituição de bens e serviços que tomam como base um conjunto de atividades formuladas criativamente, com fins lucrativos ou não, por um ou mais sujeitos. Essa noção permeia o discurso do uso de competências, habilidades e intelectualidades de seus participantes numa cadeia de produção industrial e cultural que envolve a gestão e a economia. Com este fundo, o presente estudo tem como propósito aprofundar a investigação sobre a formação e a expansão de organizações ou núcleos envolvidos com a economia criativa. A justificativa para desenvolver o presente estudo se fundamenta na observação de que algumas pessoas ou organizações possuem suporte em redes sociais de fomento de negócios na região de Porto Alegre. Esses arranjos ou estruturas produtivas são caracterizados em geral por atividades que requerem emprego de mão de obra em atividades tangíveis e intangíveis de produção de bens de consumo. Esses empreendimentos possuem ligações que podem estar associadas com a economia criativa e são vistos por muitas comunidades como um caminho para se alcançar o desenvolvimento econômico e social. Assim sendo, essas estruturas são encaradas como oportunidades para pessoas e grupos sociais que ofertam produtos e serviços na região de Porto Alegre. Compreende-se que o surgimento de empreendimentos no âmbito da economia criativa não se dá por acaso. Atualmente tem se observado muitas tentativas de transformar ideias em negócios e isto acontece em um processo que envolve vários atores que se relacionam numa lógica própria de mercado. Para atingir o objetivo proposto neste trabalho foram elaboradas etapas de análise de dados secundários sobre a economia criativa e sobre o setor de serviços na região de Porto Alegre e um plano de coleta dos dados que contempla entrevistas em profundidade junto aos agentes do setor de serviços desta região. As análises feitas até o momento permitem identificar que as atividades de produção e distribuição de bens e serviços de característica criativa se valem de um conhecimento diferenciado para o seu desenvolvimento. Assim, essas organizações podem determinar a participação ou não de pessoas ou empreendimentos num ciclo que se estende de uma rua, um bairro, uma cidade até uma rede global. Em síntese, pode-se considerar, preliminarmente, que as dinâmicas peculiares de produção e comercialização de bens intangíveis que envolvem conteúdo autoral necessitam de configurações organizacionais diferenciadas para possibilitar o surgimento e o desenvolvimento de empresas numa economia criativa.