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Oficina “ O que me inspira”: etnografia sobre uma turma de terceiro ano no Colégio Estadual Japão.
Itamar Ifarraguirre Neto, Gilberto Luiz Ludwig, Marlize Soares Echeveste

Última alteração: 18-09-2018

Resumo


Introdução:

O presente trabalho está inserido na área dos estudos sobre Educação de Jovens e Adultos e versa sobre uma etnografia realizada no Colégio Estadual Japão, uma escola com modalidade EJA de ensino médio localizada em Porto Alegre. E é retornado para pessoas  que quando com idades menores não tiveram oportunidade de frequentar uma instituição de ensino normal (ANDRADE, 2009).  Eis que alguns motivos aos quais tiveram que ajudar na renda familiar, sentiram-se desmotivados muitas vezes ao repetirem o mesmo ano, também por tornarem-se pais em plena adolescência e isso resultou em desistência no ensino regular. Nestes casos, eles acabam saindo da escola sem completar o Ensino Médio e retornam anos mais tarde nas turmas da EJA.

Por sua vez, inclino-me a observação participante sobre o seguinte recorte temático sobre a participação duma oficina “ O que me inspira” - realizada na disciplina de Artes à noite com a turma de terceira ano: denominada T9. A professora responsável desenvolve planejamento da aula expositivo-dialógica do pedagogo Paulo Freire (1979).  Já  dentro da sala de aula inicia indo em direção ao quadro e ao mesmo tempo ela pega uma caneta vermelha para  escrever  uma frase do poeta Mario Quintana: “Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não as querer. Que tristes os caminhos, se não fora. A presença distante das estrelas!” na lousa branca. Após isso, apaga o que tinha escrito e reescreve de novo em forma de pergunta  “ O que a vida quer de nós é coragem e gente inspiradora ? ” .  Assim a professora continua a explicar para seus  alunos que elaborem um texto argumentativo do que motivam continuar a aprendizagem na EJA. E também a persistirem em seus objetivos na vida.

Na próxima semana, a aula  aconteceu na sala de vídeo. No qual movemos as cadeiras em formato de U para que todos vissem seus rostos, e assim ninguém ficasse excluído para ouvir o texto de cada um. Afinal, só leria quem tivesse  vontade, pois o texto seria entrega na hora final. Conclui-se pautado no processo dessa oficina, a partir  desses depoimentos que se costuram em histórias maravilhosas de esforços, de pessoas batalhadoras, que trabalham precocemente, cada qual estão ali na EJA, pessoas que em pouco tempo se abriram ao contar suas vidas, seus medos, seus sonhos, suas referências na vida,  suas glórias e derrotas.  Mesmo assim exaustos da vida enxergam a EJA e na escola uma mudança, possivelmente, positiva que marca suas trajetórias escolares.

Justificativa:

Durante os seis anos de formação em Licenciatura, no curso de Ciências Sociais.  Trilhei um caminho de aproximação bastante voltada à área de modalidade EJA, neste caso, esta pesquisa feita  vai poder colaborar de maneira relevante para entender melhor a realidade de vários jovens e adultos  e suas circunstancias,   como sujeitos que se motivam a aprender no processo de escolarização.

 

Objetivos:

A oficina “o que me inspira” tem como objetivo analisar as formas de motivação e aprendizagem, a partir da dinâmica com os/as estudantes buscamos entender qual é o tipo de motivação, desses mesmos (as) em que a vontade permanece relacionada a uma ligeireza na formação, já que em seis meses vão concluir o ensino médio. Neste caso, permitindo o acesso mais fácil ao mercado de trabalho, ou estão focado mais em satisfazer suas aprendizagens. Enquanto continuam matriculados no Colégio Estadual Japão.

Metodologia:

Optei pela metodologia qualitativa,  principalmente o método etnográfico que se baseia numa descrição situacional em sala de aula dos estudantes da T9 e dos professores daquela comunidade escolar. Além disso, usei a observação participante com o intuito de acompanhar  estas oficinas junto aos alunos, além das seguintes ferramentas diário de campo, fotografias e roteiro de entrevistas semiestrutura.

Resultados Parciais:

Para a turma do terceiro ano da EJA, majoritariamente seus alunos frequentam  o Colégio Japão veem o ensino de lá e a escola como oportunidade de mudança de vida, sobretudo começando pelos próprios sujeitos que buscam na rede apoio de seus familiares, amigos, professores e funcionários da escola  uma forma de serem protagonistas de seus projetos enquanto cidadão/trabalhadores.

CONCLUSÃO

Por meio dos relatos dos alunos da T9, a partir das observações do diário de campo e roteiro de entrevistas (PERIPOLLI, 2009).  Logo  concluí que o estudante procura a  EJA, como um ponto crucial para melhorar de vida, e neste contexto inserido ele sente-se feliz e realizado. Pois ao concluir o Ensino Médio criam motivações em ingressar em um curso-técnico, ou em prestar vestibular para ingressar em universidade ou ter um emprego melhor ou um aumento salarial em seus próprios empregos.

 

Referências:

ANDRADE, Eliane Ribeiro. Os jovens da EJA e a EJA dos Jovens. In. BARBOSA, Inês O. PAIVA, Jane (ORGS). RIO de Janeiro: DP&A, 2009.

FREIRE, Paulo. Conscientização: teoria e prática da libertação – uma introdução ao pensamento de Paulo Freire. 3ª edição. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979.

PERIPOLLI; ODIMAR, J. EJA (Educação de jovens e adultos): Uma escola (Des) necessária? In Roque-FARIA, Helenice J.; SILVA, Rosana R. (Org). Competencias na/da EJA. Cáceres: Editora UNEMAT, 2009.

XAVIER, Alice Pereira. Uma visão antropológica da aplicação de questionários na pesquisa em educação. Educ. rev., Jun 2012, n.44, p.293-307. ISSN 0104-4060.

 

 


Palavras-chave


Colégio Estadual Japão; Motivações; Aprendizagens.

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