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Estudo da genética do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) por meio da predição do efeito dos nsSNPs no gene DRD5
Última alteração: 27-10-2017
Resumo
O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) também conhecido como Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns na infância e na adolescência e tende a acompanhar o indivíduo durante toda a sua vida. Sendo caracterizado por sintomas como alterações no comportamento, desatenção, impulsividade e dificuldade de aprendizado, o TDAH atinge várias partes do cérebro, principalmente a região frontal. Os sintomas do TDAH podem ser identificados na infância e geralmente o primeiro diagnóstico é feito nas escolas, onde é observada falta de atenção nas atividades desenvolvidas, falta de interesse, impulsividade e inquietude. Após essas observações é aconselhável que a criança passe por um especialista, para que assim, possa receber o tratamento adequado. O TDAH não é considerado uma doença e não tem cura, apenas tratamento, e esse se dá através da atuação de psicólogos, psiquiatras, psicopedagogos, entre outros profissionais, além do uso de medicamentos como a ritalina e medicamentos alternativos naturais. Embora as causas do desenvolvimento do TDAH ainda não tenham sido comprovadas estudos apontam a importância de fatores hereditários, com diferentes genes envolvidos, além de outras possíveis causas ambientais, como a alimentação durante a gravidez, sofrimento fetal, problemas familiares, e o contato com contaminantes como chumbo. O estudo da genética do TDAH pode assim contribuir com o seu entendimento e com o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento. Um dos genes associados com o TDAH é o do receptor de dopamina D5 (DRD5) que codifica um receptor de membrana com elevada afinidade pelo hormônio dopamina. A dopamina é um neurotransmissor responsável por várias sensações e alterações na sua regulação podem causar diferentes doenças psicológicas. Embora tenham sido descritas associações entre alterações no gene DRD5 e o TDAH, o efeito de muitas mutações encontradas no gene não foi avaliado. A predição computacional avalia o potencial efeito danoso de polimorfismos não sinônimos (nsSNPs) em genes de importância para a genética médica. Utilizando ferramentas que avaliam o grau de conservação dos aminoácidos os nsSNPs são classificados como danosos ou neutros. O objetivo deste trabalho foi analisar os nsSNPs no gene DRD5 humano utilizando diferentes ferramentas de predição, visando identificar os provavelmente danosos. Foram avaliados 281 nsSNPs no gene DRD5 utilizando as ferramentas Polyphen-2, PROVEAN, Panther, SIFT, Mutation Assessor, PhD-SNPs, PON-P2, SNPs&GO, e MutPred. Os dados dos nsSNPs foram coletados do site dbSNP, incluindo ID, posição no cromossomo, códon alterado e alelos. A associação entre as ferramentas foi avaliada pelo teste de Qui-quadrado e pela Correlação de Pearson. Os resultados das ferramentas Polyphen-2, PROVEAN, Panther, SIFT, Mutation Assessor, PhD-SNPs, PON-P2, SNPs&GO e MutPred identificaram como danosos 159, 130, 122, 109, 112, 124, 102, 77 e 167 nsSNPs, respectivamente. A comparação entre os resultados das ferramentas demonstrou que 39 nsSNPs foram classificados como danosos pelas nove ferramentas, 21 por oito, 23 por sete, 16 por seis, 15 por cinco, 18 por quatro, 24 por três, 35 por duas, 37 por apenas uma ferramenta e 53 mutações foram indicadas como benignas nas nove ferramentas. Observou-se correlação significativa (P< 0,05) entre os índices das ferramentas, com exceção de Mutation Assessor que apresentou correlação não significativa com as demais. Encontrou-se associação significativa entre as classificações das ferramentas. Dentre os 39 nsSNPs indicados como danosos pelas nove ferramentas os polimorfismos C123Y, P175L, R257C, C322R, apresentaram os maiores índices de probabilidade de serem danosos. As diferentes ferramentas de predição indicaram uma elevada quantidade de nsSNPs provavelmente danosos no gene DRD5. Os dados seguirão sendo analisados a fim de contribuir para a melhor caracterização do papel do gene DRD5 no TDAH.
Palavras-chave
bioinformática; DRD5; transtorno de déficit de atenção com hiperatividade
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