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O contexto atual da educação empreendedora em universidades nacionais e internacionais
Éverton Quadros do Couto, Anderson Raphael de Oliveira, Shana Sabbado Flores

Última alteração: 27-10-2017

Resumo


Os desafios enfrentados no contexto nacional com o aumento do desemprego e no contexto internacional com o aumento da competitividade no mercado pela automatização dos processos de produção e a evolução tecnológica tornam cada vez mais importante a inovação e o empreendedorismo como forma de identificar e explorar novas oportunidades. Autores defendem que o ensino do empreendedorismo deve ser inclusivo e consideram que as instituições de ensino são fundamentais para construção do conhecimento e transferência de tecnologia, considerando positiva a educação empreendedora como forma de capacitar os estudantes para o empreendedorismo. Entretanto existem muitos desafios enfrentados pelas instituições nacionais para aplicação da educação empreendedora, e podemos destacar algumas como, as políticas públicas, falta de capacitação, o baixo investimento e a falta de capacitação. Desta forma, é importante conhecer o contexto atual da educação empreendedora e as melhores práticas utilizadas por universidades de referência, de forma, a construir uma base de informações para sistematizar e adaptar estas ações dentro de outras instituições nacionais, e em especial, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Campus Restinga, seguindo o contexto socioeconômico local. A pesquisa desenvolvida tem caráter qualitativo e foi realizada através de uma revisão da literatura sobre educação empreendedora, baseando-se em universidades de referência tanto no contexto nacional quanto internacional, e foram selecionadas a partir de uma consulta a listas especializadas, todas destacando-se como ecossistemas empreendedores. As instituições internacionais são a Babson College, o MIT e a Cornell University nos EUA, a Aalto University na Finlândia, a Technion em Israel, e no Brasil, a USP, UNICAMP, UFRGS, UFC e PUC-Rio. Para o desenvolvimento desta pesquisa foram elaboradas quatro perguntas orientadoras: por que a universidade é empreendedora, quais os fatores internos e externos tem impacto no ensino do empreendedorismo da universidade, quais são as melhores práticas observadas e o que podemos aprender com elas. As universidades empreendedoras demonstraram características importantes, como a construção de um ecossistema empreendedor utilizando-se de metodologias de ensino voltadas para exploração de oportunidades, as parcerias com empresas e outras instituições para investimentos em infraestrutura, a busca constante por melhoria nos processos de aprendizado e o contato com a comunidade local, a partir de projetos de extensão. Entre as principais práticas observadas, pudemos destacar as incubadoras, startups, aceleradoras, empresas juniores, mentorias, parcerias, além do investimento em infraestrutura como parques tecnológicos e também nos eventos direcionados para troca de experiência entre estudantes como competições de empreendedorismo e programas de fomento. As melhores práticas foram observadas através da correlação entre as ações realizadas por todas as universidades pesquisadas, assim os fatores internos (programas de fomento e pesquisa, suporte estudantil, eventos, proteção intelectual, favorecimento de incubadoras, capacitação dos servidores, e etc.) e externos (parcerias, desenvolvimento de projetos multidisciplinares, investimento em infraestrutura, internacionalização, impacto na atividade econômica local, e etc.) puderam ser mapeados, de forma, a entender o contexto socioeconômico de cada instituição. Os resultados apontam para uma evolução da metodologia clássica de ensino do empreendedorismo, assim, as universidades pesquisadas buscam individualizar as características empreendedoras para aplicação de uma metodologia experiencial de ensino, cujo foco é o aprendizado através da prática e da reflexão baseando-se no perfil de cada empreendedor. Outro ponto importante observado é em relação à sustentabilidade financeira das instituições, uma vez que, a proteção intelectual e as políticas de fomento externas como a internacionalização para inovação e transferência tecnológica aproximam as instituições das empresas e do mercado. Por fim, observou-se os aspectos que contribuem para o desenvolvimento de um ecossistema empreendedor nas universidades e como as ações direcionadas ao impacto socioeconômico facilitam a busca por parcerias e a criação de novas pequenas empresas inovadoras (startups) que fomentam o mercado e interagem com a comunidade, completando um ciclo no desenvolvimento da economia local.

 

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Palavras-chave


Empreendedorismo; Educação Empreendedora; Ecossistema Empreendedor; Ensino Experimental

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