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O artesanato dialogando com a pessoa com deficiência física: um estudo de caso sobre a experiência artesanal desenvolvida pela Associação Canoense de Deficientes Físicos.
Franciele Marques Dias, Vanessa Schlotenfeldt Silva, Fábio Roberto Moraes Lemes

Última alteração: 26-10-2017

Resumo


A inclusão da pessoa com deficiência, em diferentes âmbitos sociais, vem sendo uma demanda discutida há muito tempo. No Brasil, as ações afirmativas vieram a partir de uma construção coletiva através da luta pelos direitos desta população. Neste sentido, buscou-se garantir que esses indivíduos deixassem de sofrer com a supressão de direitos básicos, como se inserir produtivamente. Apesar dos avanços, e da criação de leis como a nº 13.146 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), a efetivação dessas ações ainda é um processo lento. Desta forma, iniciativas que promovam o desenvolvimento da pessoa com deficiência se tornam essenciais tanto para a desconstrução de paradigmas socialmente impostos, como para a constituição de uma sociedade mais justa. De encontro a essa perspectiva, a presente pesquisa busca enfatizar a relevância de uma experiência artesanal desenvolvida por pessoas com deficiência da Associação Canoense de Deficientes Físicos (ACADEF) no panorama da emancipação social e econômica. Com isso, o propósito deste trabalho é analisar como a produção artesanal auxilia no processo de empoderamento socioeconômico de um grupo de pessoas com deficiência física. Para o entendimento destes conceitos, utilizaremos a abordagem de Amartya Sen (2000), que relaciona o empoderamento à liberdade que se tem de fazer escolhas, da autonomia para se expressar e da autodeterminação em se responsabilizar com as consequências que essas podem resultar. Os métodos utilizados foram, inicialmente, a pesquisa exploratória a fim de investigar as possibilidades de estudo e a pesquisa bibliográfica para compor o referencial teórico, tendo como ênfase o método de estudo de caso. Para a coleta de dados, utilizou-se da observação não-participante da dinâmica deste grupo, aplicação de questionários e realizaram-se entrevistas semi-estruturadas com os integrantes desta experiência e com os dirigentes da respectiva associação. A partir disto, a análise dos resultados foi realizada através da elaboração de categorias temáticas, segundo os conceitos propostos por Bardin (1977), caracterizado pela sistematização das informações obtidas. Com isto, foram elencados os seguintes tópicos: renda, produção, autoestima e sociabilização. Com base nos dados obtidos percebe-se que os participantes buscam uma atividade voltada à socialização, enquanto a coordenação define a oficina como uma oportunidade exclusivamente econômica. Aparentemente contraditórios os objetivos, constata-se que a experiência auxilia parcialmente no processo socioeconômico, devido ao fato da oficina ser voltada para questões produtivas, e o público alvo encontra um ambiente que colabora em sua conquista de independência e sociabilização, apesar da não efetivação da geração de renda.


Palavras-chave


Artesanato; Empoderamento; Pessoa com Deficiência.

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