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Tratamento de sementes de soja visando controle de Scleriotinia sclerotiorum
Última alteração: 09-11-2021
Resumo
O fungo Scleriotinia sclerotiorum, agente causal de mofo-branco na cultura da soja, encontra-se distribuído em todo território nacional, atingindo cerca de 10 milhões de hectares e mais de 400 espécies. Sementes infectadas por micélio dormente estão entre as causas do aumento da área infestada, assim, o tratamento de semente é uma alternativa para combater sua disseminação. O objetivo do presente projeto foi verificar a viabilidade do patógeno em sementes tratadas com produtos químicos e biológicos durante seu armazenamento e seu efeito sobre o poder germinativo da semente. No entanto, com a suspensão das atividades presenciais em março de 2020, as metodologias experimentais e as diversas avaliações em laboratório não puderam ser executadas. Assim, o objetivo foi retificado para atender ao critério “remoto” de pesquisa, onde, então, foi desenvolvida uma revisão de literatura do tipo narrativa a partir de buscas de publicações em plataformas científicas. O fungo S. sclerotiorum reproduz-se sexualmente por autoferilização; sendo ele um fungo necrótico, que coloniza primeiramente o material vegetal morto (como pétalas senescentes e folhas danificadas), retirando os nutrientes necessários para seu crescimento saprofítico e posterior penetração nos tecidos sadios. É comum a ocorrência de germinação de hifas a partir dos micróporos do escleródio: estrutura de sobrevivência do fungo, que conserva-se por até mais de 8 anos na ausência de plantas hospedeiras, resistentes a substâncias químicas, calor e congelamento, capaz de desencadear novo ciclo da doença. A partir da pesquisa, observou-se que, para fins de controle biológico, Trichoderma harzianum vem se destacando como um manejo muito eficiente, podendo reduzir em 62,5% os escleródios viáveis no solo. Contudo, o controle químico continua sendo uma das principais medidas de controle da doença, onde os melhores níveis de controles obtidos por Meyer (2020) foram nos tratamentos de dimoxistrobina e boscalida. Outras práticas culturais são mencionadas na literatura, como: i) boa manutenção de cobertura de solo; ii) rotação ou sucessão de culturas; iii) escolha de cultivares com período de florescimento curto com uma boa arquitetura; IV) realizar semeadura pouco adensada e v) integrar às práticas culturais opções de manejo químico e biológico, de maneira que haja alteração dos princípios ativos dos fungicidas visando estratégias antirresistência do fungo. Diante do exposto faz-se necessário adotar manejos visando evitar a entrada do patógeno na área, como por exemplo o tratamento de sementes, visto que em lavouras contaminadas podem ocorrer perdas de até 70% (REIS et al., 2019).
Palavras-chave
Glycine max; Mofo-branco; Fitopatologia
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