Inteligências artificiais na pesquisa acadêmica: Análise do potencial a partir de narrativas apocalípticas
Lucas Paulo Magalhães dos Santos, Andreia Ambrósio Accordi, Iury De Almeida Accordi
Última alteração: 01-10-2024
Resumo
Atualmente, as inteligências artificiais generativas (IAGs) têm transformado o modo como é realizado a pesquisa acadêmica, aprimorando processos de busca, análise e síntese de dados. Modelos como o ChatGPT e o Copilot são exemplos capazes de auxiliar em revisões bibliográficas, gerar conteúdo e analisar grandes volumes de informações. No entanto, o uso dessas tecnologias levanta questionamentos acerca da ética em seu uso e sobre a veracidade e originalidade dos resultados e dados gerados. O presente trabalho objetiva explorar como as IAGs podem ser integradas ao processo de pesquisa acadêmica, discutindo seus benefícios e desafios a partir de um estudo de caso sobre narrativas apocalípticas em ficção científica, a partir do projeto de pesquisa intitulado "escolha o apocalipse: problematizando a ciência a partir da ficção científica". Utilizou-se uma abordagem qualitativa, baseada em um estudo de caso que explora diálogos entre pesquisadores e as IAGs,ChatGPT e Copilot. Investigou-se como se dá a aplicação das IAGs na pesquisa acadêmica, analisando sua eficácia, limitações, impasses e implicações éticas no processo de investigação sobre narrativas e cenários apocalípticos. A pesquisa investigou como esses modelos contribuem para a análise de produções midiáticas de ficção científica apocalíptica, auxiliando na identificação de conceitos científicos englobados dentro dessas produções. Foram realizadas verificações contínuas da veracidade e coerência das informações fornecidas pelas IAGs, além da análise crítica de potenciais erros e equívocos apresentados durante o processo. As IAGs analisadas se mostraram capazes de otimizar significativamente a coleta e análise de dados no estudo realizado, facilitando a identificação de artigos relevantes e proporcionando uma síntese eficiente de conteúdos complexos. Todavia, também evidenciaram-se limitações e desafios éticos no uso dessas IAGs, como a produção de informações incorretas e o risco de dependência excessiva por parte dos seus usuários. Além disso, a pesquisa também evidenciou a importância da verificação humana das informações geradas, com o intuito de garantir a integridade e a credibilidade das informações e resultados gerados. Concluindo, o presente estudo de caso demonstrou que o uso de IAGs na pesquisa acadêmica apresenta grande potencial para aumentar a eficiência e promover colaborações interdisciplinares. No entanto, o uso dessas ferramentas deve ser integrado a um cuidado ético e crítico. Enfatiz-se que as IAGs não devem substituir o julgamento humano, mas atuar como aliadas no processo de pesquisa. A colaboração entre IAGs e pesquisadores humanos pode levar a avanços significativos, desde que a verificação e a avaliação crítica sejam tratadas como parte integrante do processo.
Palavras-chave
Inteligências Artificiais Generativas (IAGs); Ficção científica apocalíptica; análise de dados.
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