Alimentação de qualidade é um direito básico e fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação. Afinal, é através do alimento que ganhamos energia para crescer, desenvolver todas as nossas habilidades cognitivas atreladas ao pensar, estudar, trabalhar, brincar, amar e etc. Enfrentamos um cenário desolador de insegurança alimentar deixado pelo ex-presidente Bolsonaro, cenário que sabemos estar longe do fim. Entretanto, com a retomada das políticas públicas voltadas à soberania e segurança alimentar e de assistencialismo como, retorno do CONSEA, o fortalecimento do PNAE, PAA e Bolsa Família, são estratégias essenciais para reduzir a insegurança alimentar do país. O Projeto Cozinhas Comunitárias, vinculado ao Programa EcoViamão, em sua primeira edição em 2023 nasce com o objetivo de implementar ações transformadoras nas escolas da rede pública estadual de Viamão e nas comunidades onde atua, criando estratégias para melhorar a merenda escolar e auxiliar na redução da insegurança alimentar. O projeto busca promover conscientização e sensibilização da comunidade escolar através de uma educação ambiental transformadora. Para isso, foi planejado em colaboração com a comunidade escolar atividades lúdicas e educativas vinculadas às temáticas socioambientais pertinentes às realidades das comunidades, com oficinas culinárias utilizando os insumos produzidos nas hortas das escolas a partir do Projeto Hortas Escolares Agroecológicas. As oficinas culinárias apresentam caráter inovador, pois introduzem novas formas de preparos dos alimentos como: alimentação a base de plantas (Veganismo Popular), aproveitamento integral dos alimentos e PANC. Foi aplicada uma oficina de leite vegetal no IFRS Campus Viamão na VI Semana do Meio Ambiente. Foram escolhidos dois tipos de leites: amendoim e aveia. A escolha foi atribuída por serem nutritivos, baratos, de fácil acesso e do uso popular na alimentação tradicional e também muito consumidos em dietas à base de plantas como a da bolsista (veganismo). Os participantes desenvolveram todos os processos, ao final foi feito chocolate quente com os leites vegetais. A oficina durou 1h15min, teve 12 participantes inscritos, porém observou-se um número maior, inclusive muitos professores participando e engajados na temática. Ficou evidente que houve grande interesse na oficina, desde os processos de produção, custo benefício da receita, facilidade e rapidez, questões de intolerâncias e alergias, curiosidade para provar os leites, comparações dos leites produzidos com o leite convencional, descobertas de novos ingredientes, texturas e sabores, além de uma troca riquíssima de saberes entre extensionista e a comunidade do Campus. A oficina será replicada em outras escolas onde o Programa EcoViamão atua. Além disso, outras oficinas de culinária estão planejadas para serem aplicadas até o final de 2023 dentro do Projeto Cozinhas Comunitária. Estamos confiantes com a aceitação do projeto nas comunidades de atuação do Programa EcoViamão e acreditamos que as oficinas de culinária são estratégias que podem melhorar a qualidade da merenda escolar, auxiliar a reduzir a insegurança alimentar das comunidades escolares onde o projeto atua e trazer autonomia alimentar para quem mais precisa através da educação libertadora e do trabalho coletivo, pois quem tem fome tem pressa.