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Freguesia de Nossa Senhora do Rosário, 1851-1855 - matrimônios e processo de urbanização na Praça Mercantil de Porto Alegre
Annia Dos Anjos, Gabriel Santos Berute

Última alteração: 11-10-2022

Resumo


O século XIX foi o período no qual a cidade de Porto Alegre consolidou a sua posição de entreposto comercial que ligava o interior da Província do Rio Grande do Sul e seu único porto marítimo na vila do Rio Grande. A prosperidade gerada pela intensificação da atividade mercantil gerava oportunidades de enriquecimento e mobilidade social. Tomando por objeto de análise os comerciantes atuantes a partir de Porto Alegre e suas redes mercantis e de sociabilidade, o objetivo mais geral do projeto “Luso-brasileiros, comércio, sociabilidade e processo de urbanização na Praça mercantil de Porto Alegre, século XIX” é refletir a respeito das transformações ocorridas na presença portuguesa na capital do Rio Grande de São Pedro e na atividade mercantil após o a abertura dos portos ao comércio estrangeiro (1808), investigar como as relações familiares e as alianças matrimoniais influenciavam na mobilidade social e nas formas de recrutamento e renovação deste grupo e observar as transformações ocorridas no processo de urbanização de Porto Alegre durante o período abordado. Na etapa da pesquisa da qual trata esta comunicação, o objetivo foi cadastrar os registros de casamento de pessoas livres da freguesia Nossa Senhora do Rosário de Porto Alegre (1851-1855) no banco de dados NACAOB e analisar os indicadores demográficos básicos dos nubentes que casaram na paróquia do Rosário a partir do referencial teórico e metodológico da história social e da história demográfica. Os resultados obtidos na Fase 5 do projeto mostram que foram registrados um total de 232 casamentos entre os anos de 1851 e 1855 resultando em uma média de 46,4 matrimônios por ano. Esses resultados podem ser tomados como indícios do crescimento e adensamento demográfico de Porto Alegre, pois no período anteriormente considerado (1844-1850), foram em média 26,7 cerimônias por ano. Quanto ao perfil demográfico dos nubentes da freguesia do Rosário, constata-se uma continuidade: embora a fonte analisada seja de pessoas livres e libertas, chama atenção a presença de casamentos envolvendo pessoas de condições jurídicas diferentes (livres, libertos e escravizados); predominaram os casamentos de solteiros com uma participação residual das “segundas núpcias” (viúvos); eles eram  majoritariamente filhos legítimos e brasileiros nascidos no Rio Grande do Sul. Quanto a esse último aspecto, registra-se que entre os noivos a presença de naturais de outras partes do Império do Brasil e estrangeiros era maior se comparado com as noivas. Conclui-se, portanto, que a pesquisa trouxe subsídios para compreender os significados sociais e culturais do casamento e suas relações com as atividades econômicas dos habitantes da capital da Província do Rio Grande do Sul, além de contribuir no abastecimento do NACAOB, um banco de dados de fontes eclesiásticas de freguesias luso-brasileira disponível para estudantes e pesquisadores em diferentes etapas acadêmicas e o público em geral.

Palavras-chave


Nossa Senhora do Rosário, casamentos, urbanização.

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