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O objetivo do trabalho é apresentar os resultados parciais da pesquisa que estuda a viabilidade da utilização da casca de arroz, para fins sustentáveis, no município de Viamão. A casca de arroz é um resíduo proveniente do processo que o grão de arroz bruto passa ao ser beneficiado nos engenhos. A casca corresponde a cerca de 22% da massa total do grão e, devido a sua baixa densidade específica (130-160 kg/m3), ocupa um grande volume. A casca, se descartada de forma incorreta, pode acarretar danos para o meio ambiente. Por exemplo, quando lançada à céu aberto, emite metano que é um dos gases do efeito estufa. Além disso, sendo um resíduo resistente, ela demora em torno de cinco anos para se decompor, o que é problemático por conta do grande volume que ocupa. Visando evitar o descarte inadequado da casca e buscando usos sustentáveis para ela, há inúmeras pesquisas que apresentam formas economicamente alternativas para o seu aproveitamento. Entre elas, o uso para adubação, geração de energia e produção de objetos. Segundo dados do IRGA, a safra de arroz bruto nos anos de 2017-2019, no Rio Grande do Sul (maior produtor desse grão no Brasil) foi de aproximadamente 15,5 milhões de toneladas. Sendo Viamão um dos municípios deste estado, coube a ele contribuir para esta safra com cerca de 279 mil toneladas do grão bruto, correspondendo a mais ou menos 61 mil toneladas de casca de arroz geradas quando do beneficiamento do grão bruto. A metodologia aplicada consistiu, numa primeira etapa, na realização de revisões bibliográficas para embasar a pesquisa com informações sobre o tema e a apropriação de conceitos e termos técnicos específicos. Numa segunda etapa, na busca de informações sobre o descarte das cascas de arroz no município. Ou seja, aqui o escopo foi descobrir o destino dado para elas. Para tanto, foram feitas entrevistas semi-estruturadas. As entrevistas foram aplicadas de duas maneiras: uma foi feita durante uma visita técnica ao Engenho Viamonense Indústria e Comércio de Cereais Ltda, situado no Bairro Lomba Tarumã, e a outra com um dos integrantes do Assentamento Filhos de Sepé do MST, no distrito de Águas Claras, ambos localizados em Viamão. O Assentamento Filhos de Sepé se destaca por ser o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. As análises feitas até o momento permitem afirmar que os principais destinos da casca são: o uso para cama e ração animal no município e o uso como biomassa para geração de calor em uma olaria da região metropolitana de Porto Alegre. Como conclusões preliminares podemos indicar que a utilização da casca de arroz como cama para animais não evita que ela ainda seja descartada de forma inapropriada. Isto porque, muitas vezes, para sua degradação, ela é queimada, já que além de ser volumosa, leva muitos anos para se decompor.