É importante que instituições e organizações deem espaço para que as comunidades indígenas do município de Viamão se manifestem, assim integrando e conscientizando os cidadãos. Fazendo uma análise do comportamento humano perante a natureza, neste trabalho mais especificamente os animais, as ações em conjunto com a comunidade JATAI’TY, localizada no bairro do Cantagalo, com a antropóloga da EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) Mariana Andrade Soares, pesquisas bibliográficas e vivências pessoais, indicam que a relação entre os animais e os aborígenes é fundamentalmente espiritual, muito ligada às crenças e mitos religiosos e a sua visão de como o mundo funciona. Há uma diferença entre os termos domesticar, usado pelos não indígenas, e amansar que se encaixa melhor com as práticas de aproximação com a natureza dos povos tradicionais, seria como deixar o animal mais à vontade com a presença humana, mas sem reprimir os comportamentos naturais. Além disso, animais domésticos como gatos e cachorros, apesar de serem importantes no contexto familiar, pois são protetores contra espíritos e sentimentos ruins, não tem a mesma importância simbólica dos silvestres. Após uma saída de campo concluímos que de forma cuidadosa, seria interessante realizarmos ações com o objetivo de otimizar as relações interpessoais e ambientais na sociedade onde habitamos, já que esses coletivos culturais e tradicionais sentem os reflexos da intolerância, da má administração pública e da crise socioeconômica que assola o país e o mundo. Já estão sendo pensadas atitudes para incluir métodos curativos e de prevenção de enfermidades tendo como preferência as soluções mais naturais possíveis, tanto para pessoas quanto para animais, para desenvolver o étnico e o ecoturismo que tem grande potencialidade visando parcerias com instituições e organizações dispostas a investir na cultura, história e saúde de nosso povo. Tomando cuidado, é claro, para que esses corpos sociais se sintam confortáveis e representados.