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Metais pesados: seus efeitos no solo e na germinação das plantas
Maurício Von Neutegem Pereira, Alexandra Reis da Silva, Claudio Henrique Kray, Sílvia Regina Grando

Última alteração: 08-10-2017

Resumo


O presente trabalho visa estudar, a partir de um experimento, os possíveis efeitos do descarte inadequado de pilhas AAA (tipo palito), que pode resultar em impactos ambientais por conter metais pesados como o cádmio, o chumbo, o mercúrio, o manganês, o cobre, o níquel, o lítio, o cromo, o zinco e outras substâncias tóxicas ao meio ambiente.  Em grande concentração, os metais pesados presentes nas pilhas AAA podem contaminar o solo e a água, elevando os riscos ao meio ambiente, muitas vezes de caráter irreversível, e principalmente ao seres humanos, pois ao vazar, podem reagir de forma nociva e acumulativa.  As reações dos metais pesados no meio ambiente e nos animais podem ser de forma iônica, química ou física ou normalmente uma combinação das três formas. Isto se deve, também, por outros fatores, como pH, grau da solubilidade da substância química e a presença de outros compostos.  A partir do metal contaminante pode-se obter outros produtos mais tóxicos, por degradação ou transformação, ocasionando bioconcentração em animais e plantas e atingindo a cadeia alimentar, principalmente, pela água e pelo solo. O objetivo deste trabalho consistiu em demonstrar a possível toxicidade e os efeitos causados no solo pelos componentes das pilhas AAA. Foi realizado um experimento com a utilização de dois potes (A e B) com aproximadamente 300g de terra em cada um. No pote A adicionamos três pilhas trituradas, do tipo AAA e no pote B mantemos a terra in natura. Semeamos, em cada um, cinco sementes de porongo galleta (Lagenaria siceraria), o mesmo utilizado como cuia de chimarrão. Observamos que as sementes germinaram de forma semelhante nos dois potes, mas o crescimento das mudas ocorreu de forma diferente. As mudas do pote A apresentaram uma coloração mais escura em sua estrutura e após 14 dias, observamos um notório decrescimento até a sua total decomposição, enquanto as do pote B sobreviveram e se desenvolveram normalmente e com a coloração normal. No pote B, além dos porongos, germinaram outras plantas silvestres e também houve o surgimento de limo.  Provavelmente outras sementes já estavam contidas na terra usada no experimento. Ao final do experimento, o conteúdo do pote A foi misturado a um metro quadrado de terra, como forma de diluição e neutralização dos possíveis contaminantes existentes.  O experimento demonstrou que a terra contida no pote A tornou-se um possível ambiente contaminado, onde a ausência de vida sugere a influência da concentração excessiva dos metais pesados e substâncias tóxicas das pilhas trituradas. E demonstrou ser prejudicial a quem consumir algum derivado da cadeia alimentar, produzido neste ambiente, pois poderá absorver estes metais em seu organismo. Ressaltamos também a importância do descarte correto de pilhas e baterias, conforme orienta a legislação vigente e o uso de meios recarregáveis, a fim de evitar um problema ambiental de maior porte relativo à contaminação do solo e também da água e do ar.


Palavras-chave


Pilhas; Metais pesados; Descarte inadequado; Solo; Toxicidade

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