O presente trabalho busca estudar e analisar a produção literária de escritoras brasileiras dos séculos XVIII e XIX, com foco na escritora Narcisa Amália (1852-1924), Teresa Margarida da Silva e Orta (1711-1792), Maria Amélia de Queiroz, Júlia da Costa (1944-1911), Ana Aurora Lisboa (1860-1952), que acabaram invisibilizadas ao longo da história por suas condições enquanto mulheres em uma sociedade patriarcal, que reservava às mulheres apenas os espaços domésticos, sem qualquer visibilidade para suas vozes, quanto menos suas produções literárias. O objetivo do estudo é apresentar os contextos históricos e análises interpretativas de suas obras, trazendo a importância de tais mulheres para a literatura brasileira e também para o movimento feminista, através da leitura e análise interpretativa de artigos relacionados às escritoras já citadas e suas obras de maior destaque. Também expondo uma compreensão dos processos que invisibilizaram suas obras, promovendo uma ruptura de tal esquecimento, acreditando que reforçar, mostrar e lembrar a existência dessas mulheres pode vir a trazer uma nova forma para Literatura Brasileira, principalmente com maior representatividade feminina. Durante todo o período histórico, a Literatura Brasileira foi protagonizada por homens, deixando a mulher com pouco ou quase nenhum espaço, cenário que mudou apenas depois do Modernismo, escola literária do início do século XX, com nomes como Cecília Meireles, Clarice Lispector, Rachel de Queiroz e Adélia Prado. Observando livros didáticos, facilmente percebe-se que as escritoras que antecederam este movimento dificilmente são estudadas nas escolas durante os anos do ensino fundamental e médio, cenário que pode ser mudado com um reconhecimento de tais nomes, trazendo-os à tona e os tirando da escuridão. Isso porque acredita-se na importância da representatividade, em especial no ensino escolar, pois para uma menina a qual lhe é possibilitado o reconhecimento de outras mulheres em áreas onde hegemonicamente só se enxergam homens, é de uma importância ímpar. Este trabalho trata-se de uma das ações de estudo/pesquisa relacionadas ao projeto de Extensão “A nossa VOZ: Precisamos falar sobre Feminismo”, do IFRS Campus Feliz, que busca oportunizar espaços de diálogo e construção coletiva de conhecimento, mobilização e conscientização sobre feminismo através do protagonismo juvenil, estudantil e feminino de estudantes do ensino fundamental e médio de escolas da região do Vale do Caí.