Última alteração: 30-09-2018
Resumo
No ano de 2017, iniciaram-se as primeiras turmas de Ensino Médio Integrado ao Técnico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Rolante. Na ocasião, a instituição era adepta ao sistema de cotas raciais, porém, ainda não havia uma fase específica para verificação da veracidade das informações durante o processo seletivo. Para o processo seletivo do ano de 2018, a instituição aderiu a verificação e solicitou aos Núcleos de Ações Afirmativas (NAAf) dos campi, que indicassem uma Comissão de Verificação da Veracidade das Autodeclarações para cada campus. A partir daí, foram realizados dois encontros de capacitação dos núcleos no âmbito da reitoria no mês de dezembro de 2017, que contou com professores e membros de comissões de outros lugares, como a Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Foram debates intensos durante os dias de capacitação, com apresentações e relatos de experiência que contribuíram fortemente com a organização dos Núcleos. Então, ao longo do mês de janeiro de 2018, as Comissões realizaram a verificação dos candidatos às cotas por raça/etnia. No campus Rolante não houve nenhum problema durante o processo seletivo, porém, há de se destacar que o NAAf, juntamente com o setor Pedagógico e Assistência Estudantil do campus, em suas análises, verificou que o simples acesso aos cursos do campus não é o bastante para o sucesso dos estudantes, pois a política de cotas raciais vai além do acesso e deve contribuir para a permanência e êxito dos sujeitos na instituição. Neste sentido, o resumo comunica projeto de pesquisa em desenvolvimento no âmbito do IFRS campus Rolante, que tem como objetivo identificar o desempenho global dos estudantes contemplados com cotas raciais ao longo do ano letivo de 2018 de modo a evidenciar a importância do apoio da instituição para a permanência e êxito destes sujeitos, bem como desmistificar discursos de senso comum que insistem em afirmar que os/as estudantes contemplados com cotas raciais prejudicam a qualidade da instituição com desempenho indesejável. Como metodologia, utiliza-se de investigação qualitativa, dividida em duas fases, a primeira é a pesquisa documental sobre os registros destes estudantes, como avaliações, notas trimestrais, recuperação paralela e exames finais. A segunda fase consiste na realização de entrevistas semiestruturadas com docentes. Espera-se que o resultado final possa desmistificar concepções preconceituosas acerca do desempenho dos estudantes cotistas.