Portal de Eventos do IFRS, 8º MOSTRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, TECNOLÓGICA E DE INOVAÇÃO

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Estaquia em Tropaeolum pentaphyllum Lam. (Tropaeolaceae)
Júlio Tagliari Balestrin, Júlia Loss Ribas, Daniela da Silva, Francisco Miguel Huppes, Juliana Marcia Rogalski

Última alteração: 19-09-2018

Resumo


A liana Tropaeolum pentaphyllum Lam. (crem) é nativa da região sul do Brasil e apresenta grande potencial para uso econômico em âmbito regional, devido as propriedades nutricionais e medicinais atreladas ao consumo de seus tubérculos. Entretanto, o extrativismo in situ e o avanço das atividades agropecuárias diminuíram consideravelmente a ocorrência da espécie em ambiente natural ocasionando sua inclusão na Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção do Rio Grande do Sul, na categoria menos preocupante (LC). Os tubérculos são ralados e curtidos em vinagre tinto, sendo consumidos como condimento ardido. Em escala comercial, a propagação de T. pentaphyllum é realizada exclusivamente a partir do plantio de “tubérculos-sementes”. Neste sentido, os objetivos deste estudo foram avaliar a propagação de T. pentaphyllum por meio da estaquia e gerar informações sobre outra forma de propagação vegetativa. O experimento foi conduzido em casa de vegetação com temperatura de 25ºC e irrigação diária, no Instituto Federal do Rio Grande do Sul -Campus Sertão. As estacas foram plantadas individualmente em tubetes de polipropileno, contendo turfa como substrato. Após 60 dias da implantação do experimento foram avaliadas as seguintes variáveis: sobrevivência das estacas (percentual de estacas vivas) e número de brotos emitidos por cada estaca. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado, com três tipos de estacas (apical, subapical e basal), com quatro repetições e 10 estacas, totalizando 120 estacas. Os dados foram analisados por estatísticas descritivas (média e desvio padrão). Para verificar possíveis diferenças na sobrevivência das estacas foi utilizado o teste de Tukey, com nível de significância de 5%. Em relação ao percentual de sobrevivência das estacas, os resultados mostraram que as estacas subapicais e basais apresentaram o mesmo percentual (97,5%), enquanto as apicais apresentaram 85%. Porém, os três tratamentos não diferiram estatisticamente. Quanto ao número de brotos por estacas, as estacas basais apresentaram um número médio de brotos de 1,8 ± 0,88 por estaca, diferindo estatisticamente das apicais que apresentaram 1,1 ± 0,42 brotos. Já as estacas subapicais apresentaram, em média, 1,6 ± 0,72 brotos por estaca e não diferiram dos demais tratamentos. Possivelmente isso se deve ao fato das estacas apicais apresentarem dominância apical inibindo assim a emissão de brotos laterais. As estacas subapicais e basais em virtude do maior diâmetro apresentam um maior acúmulo de reservas nutritivas potencializando as brotações e o enraizamento. É possível realizar a propagação vegetativa por estaquia em T. pentaphyllum, entretanto, há necessidade da continuidade dos estudos para o aprimoramento da técnica visando seu uso para produção comercial.


Palavras-chave


crem, espécie ameaçada, propagação vegetativa, PANC

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