Última alteração: 19-09-2018
Resumo
Os epífitos constituem cerca de 10% de todas as espécies vasculares, aproximadamente 25.000 espécies ao todo, distribuídas em cerca de 80 famílias. O Parque Natural Municipal de Sertão apresenta cerca de 500 hectares de Floresta Ombrófila Mista, e está localizado no Município de Sertão, norte do estado do Rio Grande do Sul. O objetivo desse estudo foi identificar as epífitas vasculares que ocorrem no Parque Natural Municipal de Sertão, bem como a distribuição espacial das espécies. O método amostral utilizado foi o ponto quadrante, com pontos equidistantes a 10m entre si. O critério para inclusão do forófito mais próximo de cada quadrante foi o diâmetro à altura do peito (DAP) de 10 cm. A altura total e a altura de bifurcação de cada forófito também foram registradas, com auxílio de medidor de distância a laser/ GLM 80. Em cada área são amostrados 40 forófitos, totalizando 200. Também foi registrado para cada espécie sua(s) posição(ões) nos forófitos, nas seguintes categorias: I = base do tronco, IIa = metade inferior do tronco, IIb = metade superior do tronco, III = ramos primários, IV = ramos intermediários e V = ramos externos. As epífitas foram observadas diretamente ou empregando-se binóculo. Desde maio de 2017 foram identificadas e coletadas ao todo 55 espécies de epífitas vasculares, pertencentes a 32 gêneros e 12 famílias botânicas. Até ao momento, as espécies com maior ocorrência foram Campyloneurum austobrasilianum (Alston) de la Sota, Niphidium crassifolium (L.) Lellinger, Pleopeltis pleopeltifofia (Raddi) Alston, Microgramma squamulosa (Kaulf) de la Sota (Polypodiaceae), Lepismium holletianum (Lem.) Barthlott e Lepismium warmingianum (K.Schum) Barthlott (Cactaceae), Peperomia catharine Miq. e Peperomia trineura Miq (Piperaceae); e Hapalorchis lineata (Lindl) Schltr (Orquidaceae). Espécies reprodutivas foram coletadas para elaboração de exsicatas e espécies não reprodutivas foram mantidas em casa de vegetação no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), Campus Sertão. O levantamento florístico é parcial, pois ainda falta um estudo mais amplo e completo da área. O estudo enfrentou problemas devido à invasão indígena no Parque, o que impossibilitou por um período a coleta de dados. Atualmente os indígenas encontram-se nas proximidades do Parque. Dentre as 55 espécies levantadas no estudo 18 estão ameaçadas de extinção, sendo que 17 fazem parte da Lista do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFLORA) e 10 da Lista da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB), demonstrado a importância da manutenção dessa área de conservação para as epífitas vasculares.