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Quantificação dos compostos fenólicos e da atividade antioxidante dos frutos e folhas de Passiflora elegans Mast. (Passifloraceae)
Última alteração: 17-10-2024
Resumo
A liana Passiflora elegans Mast. (maracujá-de-estalo), nativa do Brasil, apresenta potencial alimentício, ornamental e medicinal. Algumas plantas possuem atividade antioxidante, inibindo radicais livres e prevenindo doenças. Este estudo objetivou quantificar compostos fenólicos totais e avaliar a capacidade antioxidante dos frutos e folhas de P. elegans, por meio da avaliação do sequestro dos radicais livres 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) e 2,2-azinobis (3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico − ABTS). Para as análises, utilizou-se a polpa com sementes, sendo parte da amostra coletada no dia da análise e outra congelada por 15 dias. As folhas e o pericarpo dos frutos foram secos em estufa (40°C; 44h) e triturados. Os extratos foram preparados em triplicata com etanol (70%). A capacidade antioxidante foi determinada pelo sequestro dos radicais livres DPPH e ABTS, expressa em porcentagem de inibição (%). Os flavonoides totais foram quantificados a partir da curva de catequina e expressos em grama de catequina equivalente (CE), para 100 g de amostra. Os fenóis totais foram determinados pelo método de Folin-Ciocalteau e expressos em grama de ácido gálico equivalente (AGE), para 100 g de amostra. Para ABTS, a inibição média foi de 59,6 ± 0,001% para polpa congelada, 58,6 ± 0,007% para polpa fresca, 78,32 ± 0,037% para pericarpo e 59,31 ± 1,4% para folhas. Em relação a DPPH, a média foi de 77,78 ± 0,03% em polpa congelada, 70,73 ± 0,06% em polpa fresca, 47,94 ± 0,02% no pericarpo e 85,5 ± 0,4% nas folhas. Em média, os frutos apresentaram: pericarpo 0,28 g de AGE e 0,055 g de CE; polpa congelada 0,06 g de AGE e 0,02 g de CE; polpa fresca 0,05 g de AGE e 0,015 g de CE. As folhas mostraram, em média, 2,18 g de AGE e 0,78 g de CE. Os resultados indicaram que a polpa in natura de P. elegans apresenta maiores quantidades de compostos fenólicos que P. setacea (0,014 g de AGE), P. tenuifila (0,013 g de AGE) e P. edulis (0,034 g de AGE; 0,013 g de CE). As folhas de mostraram menores quantidades que P. suberosa (4,83 a 29,09 g de AGE) e P. alata (3,47 g de AGE). Para atividade antioxidante, a polpa in natura teve valores superiores a P. edulis (ABTS 17,77%; DPPH 27,93%) e similares a P. ligularis (ABTS 57,60%; DPPH 59,30%). Nas folhas, os valores foram maiores que em P. alata (ABTS 7,67 a 17,99%; DPPH 18,44%). Portanto, P. elegans é promissora para fins medicinais.
Palavras-chave
maracujá-de-estalo; PANC; potencial medicinal