Portal de Eventos do IFRS, IX SerTão Aplicado

Tamanho da fonte: 
Aspectos da biologia reprodutiva de Tropaeolum pentaphyllum Lam. (Tropaeolaceae)
Fabrício Fiebig Paz, Juliana Marcia Rogalski, Angela Julia Dorn, Eduardo Bedin Pasquetti, Talissa Baroni, Rafael Sinhor, Samara Assunção Antunes

Última alteração: 15-10-2024

Resumo


A geófita Tropaeolum pentaphyllum Lam. (crem) é nativa da Mata Atlântica e encontra-se ameaçada de extinção. O objetivo deste estudo foi conhecer a biologia reprodutiva de T. pentaphyllum. Em Sertão (RS), foram avaliados: fenologia (atividade e intensidade das fenofases: brotação de tubérculos, botões florais, flores, frutos e senescência do sistema caulinar aéreo); longevidade floral; duração das fases estaminada e pistilada; volume e concentração de néctar; sistemas reprodutivos (agamospermia, autopolinização espontânea e manual, geitonogamia, alogamia e polinização livre); visitantes florais; e produção de tubérculos, após a senescência do sistema caulinar aéreo. O plantio dos tubérculos (n = 130) ocorreu em classes de massa, em gramas, sendo: I) < 25 g; II) 25 a 50 g; III) 50 a 100 g; IV) 100 a 150 g; e V) > 150 g. Dos tubérculos plantados, 113 brotaram (86,9%). Dentre esses, 46% (n = 52) emitiram botões florais, 42,5% (n = 48) emitiram flores, e cinco produziram frutos maduros (4,4%). Todas as fenofases ocorreram uma vez ao ano, sendo altamente sazonais. A senescência do sistema caulinar aéreo ocorreu em plantas contendo botões florais, flores e frutos em desenvolvimento. Em média, o ciclo anual de cada planta durou 17,5 ± 4,7 semanas. A longevidade da flor foi de 13,6 ± 1,4 dias, variando entre 12 e 17 dias. T. pentaphyllum apresentou protandria, com duração da fase estaminada de 6,7 ± 2,3 dias e da fase pistilada de 6,1 ± 2,3 dias. A produção média diária de néctar foi de 3,2 ± 1,2 µL por flor, variando de 1,9 a 5,4 µL, e a concentração média de açúcares foi de 24,5%, variando entre 18 e 28,6%. A produção de frutos foi de: 24,3% na polinização aberta; 8,6% em alogamia; 5,7% em geitonogamia; e 4,3% na autofecundação manual. Agasmospermia e autopolinização espontânea não formaram frutos, indicando a necessidade de polinizadores. A espécie mostrou polinização mista (abelhas, beija-flores e formigas), sendo beija-flores (Leucochloris albicollis Vieillot e Chlorostilbon lucidus Shaw) os principais polinizadores. A maior produção de tubérculos ocorreu em classes > 10 g, sendo as classes II (148%; 125%) e III (234%; 145%) indicadas para o cultivo anual, considerando a porcentagem adicional no número e na massa de tubérculos. Protandria, longevidade floral e produção de néctar são estratégias para obter polinização e promover a alogamia. O ciclo de vida foi curto e a senescência do caule ocorreu antes da maturação dos frutos, podendo comprometer sua reprodução sexuada.

Palavras-chave


polinização e sistema reprodutivo; produção de tubérculos