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Agroecologia, educação ambiental e quintais produtivos como provedores da autossustentabilidade
Última alteração: 15-10-2024
Resumo
O Projeto de Extensão “Agroecologia, Educação Ambiental e Quintais Produtivos”, desenvolvido na Comunidade Quilombola da Arvinha/Sertão-RS traz consigo singularidades culturais, e desafios. A implantação ocorreu após diálogos com o Projeto de Ensino e Extensão realizados no Campus Sertão e na comunidade Guarani Tekoa Arandu Verá em Erebango-RS, e dos contatos atores como CAPA, CETAP, e CARITAS, possibilitando a construção conjunta de saberes entre a cultura institucional e as populações tradicionais, na perspectiva da autossustentabilidade (pensada como autonomia e geração de renda). O objetivo central é construir este processo a partir de uma visão dialógica, dialética referenciada nos conceitos de sustentabilidade, segurança alimentar e recomposição ambiental, paralelamente como um espaço de sociabilidade. As atividades incluem o adensamento de um quintal produtivo de frutíferas e madeira nativas, produção e integração da comunidade (mesmo que individualmente nas famílias), para tal são realizadas reuniões de formação, planejamento e acompanhamento dos quintais produtivos, e apostando no trabalho coletivo. A organização dos sistemas é gerenciada pelo multicultivo adensado onde são plantadas diferentes espécies nativas com vários estratos de crescimento e ciclos de vida, utilizando-se de análises de solo, observação de plantas bioindicadoras e o uso de adubação verde. A sucessão vegetal e o uso de plantas indicadoras contribuem para uma maior interação entre o solo e as culturas, proporcionando um ambiente resiliente e favorável à biodiversidade. As reuniões mensais e discussões temáticas com base científica possibilitam a ampliação do conhecimento e o desenvolvimento de estratégias adaptadas à realidade local, possibilitando constatar que a implementação dos quintais produtivos gerou impactos no empoderamento da comunidade e na recuperação ambiental da área, além de segurança alimentar e econômica, sabendo que os frutos, madeiras e flores podem ser comercializados de diversas formas, até mesmo como produtos de valor agregado como compotas e artesanatos. A criação de um site para documentar e divulgar as atividades do projeto amplia ainda mais seu alcance, servindo de inspiração para outras iniciativas e instituições. Para o futuro, é essencial a continuidade das atividades e o aprimoramento dos conhecimentos aplicáveis, assegurando que o projeto siga gerando impacto positivo no desenvolvimento social, econômico e ambiental da comunidade.
Palavras-chave
Agroecologia; Cultura; Desenvolvimento.