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Viabilidade de sementes de teosinto para aplicação em pesquisas com milho
Monalise D'Agostini, Noryam Bervian Bispo

Última alteração: 17-10-2024

Resumo


O Teosinto (Zea mays subsp. mexicana), também conhecido como dente de burro, é considerado o ancestral mais provável do milho. Esta subespécie é um recurso fundamental para os estudos genéticos, evolutivos e para o melhoramento genético do milho. Apesar de ser utilizado como gramínea forrageira anual de verão pela sua rusticidade e fácil estabelecimento, principalmente na região Sul do Brasil, poucos trabalhos envolvem a caracterização genética dessa subespécie. Estudos apontam que o genoma do milho cultivado apresenta perdas na variabilidade genética quando comparado ao seu ancestral Teosinto. Dessa forma, o presente trabalho se torna relevante pela conservação da herança genética visando futuros estudos comparativos com variedades de milho cultivadas, além de possíveis cruzamentos envolvendo as duas subespécies. Assim, o objetivo proposto é analisar, por meio do teste de germinação, a viabilidade de sementes de Teosinto armazenadas por um longo período. Para realização do teste foram utilizadas sementes da safra 2016/17, ou seja, armazenadas por 7 anos condicionadas em recipiente plástico fechado e mantido em geladeira a 4°C. O teste de germinação foi desenvolvido seguindo as diretrizes da RAS 2009 (Regras para Análise de Sementes), sendo colocadas para germinar 400 sementes da subespécie divididas em 8 repetições de 50 cada em papel Germitest umedecido com água destilada,  fechadas em rolos, colocadas em béqueres e acondicionadas em uma B.O.D com temperatura de 23°C e fotoperíodo de 12 horas. Aos 4 dias foi realizada a primeira contagem de plântulas germinadas e não germinadas; e aos 7 dias foi realizada a contagem final avaliando plântulas normais, anormais e não germinadas. Na primeira contagem foi obtido o resultado de 93,5% de germinação e na contagem  final 84% plântulas normais, 13,75% anormais e 2,25% não germinadas. Ao final do teste também foi realizada a medição de raízes e parte aérea, foram medidas 5 plântulas de cada repetição e obtida a média de 6,77 cm de parte aérea e 9,47 cm de parte radicular. Considerando o tempo de armazenamento, destaca-se a importância do mesmo ser feito da forma correta (condicionamento e temperatura), pois assim foi possível obter resultados satisfatórios e comprovar a alta rusticidade e boa viabilidade das sementes dessa subespécie, consequentemente produzindo grande número de plântulas viáveis para multiplicação e posteriores estudos.



Palavras-chave


Dente de burro; Ancestral do milho; Recursos genéticos vegetais