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Biologia reprodutiva de Rubus erythroclados Mart. ex Hook. f. (Rosaceae) na região do Alto Uruguai (RS)
Talissa Baroni, Júlio Balestrin, Bruno Pavan, Juliana Márcia Rogalski

Última alteração: 14-01-2021

Resumo


O arbusto Rubus erythroclados Mart. ex Hook. f. (amora-verde) é endêmico do Brasil e possui grande potencial alimentício e fitoterápico, devido ao sabor de seus frutos e às altas concentrações de flavonoides nas folhas. O objetivo desse estudo foi conhecer a biologia reprodutiva de R. erythroclados. Para isso, foram avaliados: atividade e intensidade das fenofases (botões florais, flores, frutos verdes e maduros); duração da flor, das pétalas e sépalas, disponibilidade de pólen, desenvolvimento do fruto e taxa de frutificação (%); atributos florais (número, comprimento e largura (mm) das pétalas e sépalas, número e comprimento (mm) dos estames e pistilos (desde a base do ovário até o estigma) e diâmetro do receptáculo floral (mm)); volume e concentração de néctar em três horários do dia (8, 12 e 18 horas) por dois dias; sistemas de polinização (polinização livre, agamospermia, autopolinização espontânea, geitonogamia, xenogamia e anemofilia); e visitantes florais, com observações durante cinco dias, das cinco às 19 horas. Todas as fenofases apresentaram sazonalidade, ocorrendo na primavera. Após a antese floral, a duração da flor variou de dois a cinco dias, das pétalas de um a três dias e as sépalas persistiram até a maturação dos frutos. A maioria das flores (83,3%) apresentou cinco pétalas (comprimento de 4,2 a 8,5 mm e largura de 2,0 a 5,0 mm) e cinco sépalas (comprimento de 3,1 a 5,7 mm e largura de 2,1 a 4,4 mm). O número de estames variou de 37 a 63 (comprimento de 1,8 a 3,6 mm) e o de pistilos variou de 34 a 62 (comprimento de 0,6 a 2,0 mm). A disponibilidade de pólen variou de um a três dias. Os maiores volume (0,7 a 4,2 µl) e concentração (11,3 a 24%) de néctar foram registrados às 8 e 12 horas, respectivamente, ambos no primeiro dia. O período de desenvolvimento dos frutos variou de 24 a 34 dias. Obteve-se 100% de formação de frutos em polinização livre e autopolinização espontânea, 60% em xenogamia e 52,2% em agamospermia. Não houve formação de polidrupas em agamospermia e anemofilia. Houve registro de seis visitantes florais, todos pertencentes à família Apidae, sendo Plebeia sp. a principal polinizadora, com 87 visitas (50,9%). A taxa de frutificação natural foi de 100%, indicando eficiência dos polinizadores. Os resultados mostram que a espécie é autocompatível, com melitofilia.


Palavras-chave


Biologia floral; Sistema reprodutivo; Polinização.