Essa pesquisa é vinculada ao projeto de extensão “Quem vai cuidar das mimosas? Sucessão rural na bovinocultura de leite”, pois partiu de uma demanda encontrada durante as ações do Projeto, numa proposta de indissociabilidade entre extensão, pesquisa e ensino. Considerando levantamento realizado com jovens rurais estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Campus Sertão, constatou-se que estes têm um nível maior de interesse em permanecer no campo e serem sucessores, comparativamente a outros jovens do estado. O objetivo desse trabalho foi identificar como os docentes dos cursos de Ciências Agrárias do IFRS– Campus Sertão visualizam o meio rural e a agricultura, bem como a permanência dos jovens rurais egressos dos cursos de ciências agrárias no campo como sucessores familiares. Metodologicamente, a pesquisa focou-se aos docentes que ministram ou ministraram disciplinas para os cursos de ciências agrárias do Campus. Utilizou-se questionário fechado para coleta de dados, o qual continha 19 questões, contemplando o perfil dos docentes, relação e percepção sobre a agricultura, o meio rural e o destino que julgavam mais pertinentes aos jovens. O método estatístico para analisar os dados foi a estatística descritiva. Como resultados, 48,1% dos participantes do estudo são mulheres e 51,9% são homens; 3,7% especialização, 31,5% mestrado e 63% doutorado. Do total de docentes, 85,5% tem alguma relação com a agricultura e 53,7% destes são filhos de agricultores. A totalidade dos docentes acredita que ser agricultor não é menos promissor em relação a outras profissões, não relacionando a permanência no campo com menor qualificação ou sucesso profissional. Ainda, a maioria considera que os jovens rurais do campus, ao se formarem, podem ter sucesso profissional, financeiro e satisfação pessoal ao retornarem/ficarem na agricultura. Ao pensar na influência destes docentes na tomada de decisão dos alunos entre permanecer ou não no campo, 50,9% dos professores afirmam manifestar opinião sobre o que consideram melhor para o futuro profissional dos jovens e 46,3% expressam tal pensamento apenas se consultados. É possível concluir que os educadores do IFRS – Campus Sertão têm visão positiva do campo e da profissão de agricultor, bem como a maioria incentiva os jovens rurais estudantes a retornarem para suas propriedades e sucederem seus familiares.