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Efeito das mudanças climáticas na distribuição de trepadeiras da família Asteraceae endêmicas da mata atlântica sul: resultados preliminares
Jeane Folle Santos, Maria Cláudia Melo Pacheco de Medeiros

Última alteração: 04-10-2019

Resumo


A Mata Atlântica é um domínio biogeográfico que apresenta altas taxas de diversidade e endemismo biológicos. Dentre as diversas formas de vida que o domínio atlântico abriga, se destacam as plantas trepadeiras, um grupo de grande importância ecológica, mas ainda pouco estudado, especialmente nos estados do Sul do Brasil. Além das ameaças relacionadas à perda de habitat pelo desmatamento, essas plantas podem sofrer os efeitos das mudanças climáticas globais, que potencialmente alteram os padrões de sobrevivência e ocorrência das espécies na região. Diante disso, este trabalho tem como objetivo avaliar o efeito das mudanças climáticas futuras na distribuição geográfica de Mikania paranensis Dusén, espécie de trepadeira endêmica da Mata Atlântica do Sul do Brasil. A partir do sistema de informações digitais de coleções científicas Specieslink, foi elaborado um banco de dados de localidades de conhecida ocorrência da espécie estudada, as quais foram georreferenciadas. Os pontos de ocorrência foram conferidos com a ajuda do programa QGIS e, em seguida foram utilizados para a estimativa do modelo de distribuição potencial atual. O modelo foi construído utilizando o programa Maxent, e teve como base 19 variáveis bioclimáticas obtidas na base de dados do Worldclim, com resolução espacial de 1km2. Ao todo, foram encontrados 94 registros de ocorrência de M. paranensis, referentes a 77 localidades diferentes. O modelo de distribuição atual revelou que áreas localizadas na porção leste dos três estados da região Sul e na porção centro-sul do estado do Paraná apresentam a maior probabilidade de ocorrência da espécie, e a variável climática temperatura média da estação mais quente (bio10) apresentou a maior porcentagem de contribuição para o modelo estimado. Este fator climático se mostrou relevante provavelmente por influenciar no evento de floração da espécie estudada, que ocorre, predominantemente, no verão. As próximas atividades do estudo incluirão a elaboração das projeções de ocorrência potencial futura da espécie nos cenários climáticos previstos para 2050 e 2070, além da comparação dos resultados de todo os modelos, a fim de discutir os efeitos das mudanças ambientais nos padrões geográficos das trepadeiras estudadas.

 


Palavras-chave


Biogeografia; Modelagem de distribuição; Mikania

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