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Sucessão Familiar Rural no Cenário Internacional
Última alteração: 04-10-2017
Resumo
A sucessão familiar rural no Brasil é tema recorrente em pesquisas num contexto mais recente, especialmente pelas dificuldades de transmissão de patrimônio entre gerações e pelo intenso processo migratório de jovens para o meio urbano. Contexto este resultante, especialmente, da maior possibilidade de escolarização e expectativa profissional no meio urbano, maior integração cidade-campo, insatisfação com a remuneração obtida na agricultura, penosidade do trabalho agrícola, ou contexto das unidades de produção (baixo investimento, pouca área de terra, pouca tecnologia e mecanização). O objetivo deste trabalho é fazer um levantamento da sucessão familiar rural no cenário internacional. O trabalho caracteriza-se metodologicamente como um ensaio teórico, tendo como base de dados a pesquisa bibliográfica. Como resultados, destacam-se as seguintes regiões e contextos: a) Europa: importância dos sucessores para o desenvolvimento de negócios agrícolas; os jovens detentores exclusivos são mais propensos a operar fazendas modernas e rentáveis; não há escassez de jovens agricultores na Alemanha, França, Suíça, Finlândia, Áustria, França, República Checa e Polônia. Na Áustria tem maior probabilidade de sucessão quanto antes se aposentarem os patriarcas e propriedades pluriativas têm probabilidade significativamente menor de sucessão. Na República Tcheca os jovens se concentram em fazendas maiores e não tem diferença no desempenho econômico as propriedades gerenciadas por jovens. A escassez de jovens no campo na Europa ocorre em países onde as explorações em pequena escala são mais prevalentes, particularmente Portugal, Itália, Romênia e Grécia. b) Argentina: democratização recente nas relações entre gêneros e gerações, consideração das filhas como herdeiras; processo de transmissão de patrimônio tem perdido traços de cultura ou identidade particular ("chacarera"); alguns jovens saem da unidade de produção para desenvolver outras atividades e retornam quando os pais se retiram da gestão; aumento de autonomia dos jovens; maior planejamento familiar em torno da herança da terra. c) Irlanda- envelhecimento da população rural; os agricultores resistem ao planejamento de sucessão e aposentadoria como forma de manter sua posição enquanto chefe da fazenda familiar; ser reconhecido como fazendeiro ativo e produtivo na sociedade é central para o sentido de “si próprio” de um fazendeiro irlandês. d) EUA: Propriedades com intensificação da produção e “Entrepreneurial Stacking” de atividades têm mais chance de sucessão; empresas com restrições de terra precisam ter capacidade de negociação e intensificação. Conclui-se que a sucessão familiar rural é uma preocupação em nível internacional e as dificuldades encontradas em outras nações se assemelham com as brasileiras com algumas exceções.
Palavras-chave
Juventude; Transmissão de Patrimônio; Gestão Rural; Empreendimentos Rurais.
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