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O capital cultural do estudante da EaD na educação superior brasileira
Marindia Zeni, Júlio César Godoy Bertolin

Última alteração: 31-01-2017

Resumo


O estudo tem o objetivo de contribuir na construção do conhecimento acerca da modalidade da educação a distância no ensino superior brasileiro, respondendo às questões: o perfil preponderante de capital cultural do aluno da modalidade EaD é análogo ao do aluno da modalidade presencial e adequado à modalidade EaD? Para tanto, foi utilizada a combinação dos métodos pesquisa bibliográfica, análise documental, método estatístico e método comparativo. Para ponderar o capital cultural do estudante EaD e averiguar em que medida o perfil do aluno EaD era análogo ao do aluno presencial foram comparados os respondentes ao Enade 2009 e os discentes de três cursos específicos: Administração (concluintes 2009), Ciências Contábeis (concluintes 2009) e Pedagogia (concluintes 2008), elegidos por possuírem a quantidade de alunos necessária a realização de comparações estatísticas e o curso de Pedagogia (do ano anterior) por ser um curso de formação de professores, área de grande representatividade na EaD, não avaliada no Enade 2009. Trabalhou-se com os dados de 2009 por ser esse o último ano em que o INEP apresentou de forma distinta as informações referentes à educação presencial e à educação a distância. O foco do estudo foi o "Questionário do estudante", em particular quatro questões: renda familiar mensal, formação da mãe, formação no ensino médio e situação de trabalho do estudante. De forma geral, o estudante EaD é mais pobre, trabalha mais, cursou o ensino médio em escola pública e as mães possuem baixa escolaridade. Relacionando essas informações com o capital cultural de Pierre Bourdieu, verifica-se que o estudante da educação a distância de nível superior brasileiro possui capital cultural menor ao capital cultural do estudante da educação presencial.  As características levantadas quanto ao aluno EaD permitem ponderar que o público EaD no Brasil não é o mais adequando para esta modalidade de ensino, pois, de acordo com as pesquisas de Maia e Mattar (2007), Moore e Kearsley (2008) e Silva (2012), o aluno EaD deve ser autônomo, digitalmente fluente e organizado. Essas características comumente são encontradas nas camadas da sociedade com nível de capital cultual mais elevado. O trabalho indica que o público da educação a distância de nível superior no Brasil é detentor de um capital cultual inferior ao público presencial e necessita de um olhar especializado. Comparar modalidades ou cursos, sem considerar o capital cultural dos estudantes, pode levar à equívocos. Não é apropriado tratar ou comparar diferente como se fossem iguais.

Palavras-chave


Educação a distância; Capital cultural; Educação superior; Desempenho discente

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