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Jovens rurais na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul: perspectivas de permanência no campo
Jaiane Parizotto, Graziela Corazza, Raquel Breitenbach

Última alteração: 21-09-2016

Resumo


A dificuldade de sucessão na agricultura familiar tem se apresentado como um problema atual e importante na agricultura. Ao passo que muitas famílias não têm encontrado jovens dispostos a permanecer no campo e dar seguimento nas atividades agrícolas desenvolvidas pelos patriarcas, impacta na venda da propriedade para unidades maiores e a migração de famílias inteiras para o meio urbano. Isso colabora também, para problemas no âmbito do desenvolvimento rural. Diante disso, a presente pesquisa teve como objetivo identificar as perspectivas dos jovens agricultores, entre a facha etária dos 15 aos 17 anos, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul (RS) acerca da permanência no meio rural. Especificamente, objetivou-se identificar os motivos dos jovens para ficar e para sair do meio rural, as dificuldades assinaladas por eles na vida de agricultor, bem como a diferença acerca da sucessão entre as jovens e os jovens. A pesquisa foi quantitativa e os dados foram obtidos a partir de questionário fechado aplicado à totalidade de jovens filhos de agricultores familiares que frequentam o ensino médio de Santana do Livramento/RS, sendo 59. Os dados foram analisados por meio do programa estatístico PSPP, gerando análises univariadas e multivariadas, bem como se utilizou elementos qualitativos para explicar os resultados encontrados. Como resultado destaca-se: 50% dos jovens são do sexo feminino; 49% não decidiu o que fará após o ensino médio, 30,5% já decidiu que sairá do meio rural e 20,3% que permanecerá; porém, 40,6% desejaria permanecer, 38,9% deseja sair e 20,3% é indiferente a esse fator; 69,5% não tem interesse ou médio interesse em gerenciar a propriedade dos pais; 66% participam nas atividades gerenciais e operacionais da propriedade; 59,3% consideram importante saber a situação atual e os rumos da propriedade; os pais incentivam os filhos a ficarem no campo em maior nível do que as mães; 23,7% nunca são remunerados pelas atividades que desenvolvem na propriedade dos pais; 78% se sentem muito orgulhosos de serem filhos de agricultores e 83% valorizam a tradição familiar do campo. O teste qui quadrado demonstrou que as meninas querem sair do campo em maior número que os meninos e têm menos interesse em serem gestoras da propriedade. Contribui para a saída desses jovens do campo: dificuldades do trabalho agrícola, precariedade de acesso até as propriedades, dificultando o escoamento da produção e aquisição de insumos, baixa autonomia, escassez de terra, pressão econômica de grandes propriedades.

Palavras-chave


Gestão Familiar; Desenvolvimento Rural; Questões de Gênero

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