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Jovens rurais de Alto Alegre/Rio Grande do Sul: ficar ou sair do campo e por quê?
Graziela Corazza, Raquel Breitenbach

Última alteração: 27-09-2016

Resumo


A importância da agricultura familiar no agronegócio brasileiro se dá pela produção de alimentos e por ser uma categoria diferenciada: socialmente heterogênea e economicamente diversificada. Para que tenham êxito em sua continuidade, os estabelecimentos familiares dependem, entre outros fatores, do sucesso no processo de sucessão, o qual está relacionado ao interesse dos jovens em permanecer e continuar as atividades dos pais na propriedade. Pensando nisso, a presente pesquisa objetiva analisar quais as perspectivas dos jovens filhos de agricultores familiares do município de Alto Alegre – Rio Grande do Sul (RS) para permanecerem no meio rural. O trabalho foi realizado com a totalidade dos jovens de 15 a 17 anos, estudantes e filhos de agricultores familiares do município de Alto Alegre/RS. Os dados foram obtidos através da aplicação de questionário fechado e analisados pelo programa estatístico PSPP, gerando análises univariadas e multivariadas (teste qui quadrado). Observou-se que a construção gradual do processo de sucessão, em suma, se deve pela participação e influência dos pais, bem como pelo interesse e afinidade dos filhos para com o negócio, o trabalho e a propriedade como um todo. Dos jovens estudados, é minoritária a parcela dos que já decidiram permanecer na propriedade, sendo 39,8%. Ainda estão na fase/idade de definir o futuro e existem jovens que ainda estão indecisos quanto às suas escolhas. Destes jovens estudados é significativa a diferença entre jovens rapazes e moças no que se refere a ficar e sair do campo: das 17 jovens moças rurais do município com idade de 15 a 17 anos, 13 têm interesse em sair do campo e 2 não decidiram. O oposto do comportamento dos jovens rapazes, já que de 13 rapazes rurais contemplados na pesquisa, 4 apenas querem sair do campo e 2 não decidiram. Pôde-se perceber ainda, a baixa influência dos pais para os filhos permanecerem na propriedade, já que 30% afirmaram incentivar os filhos a permanecer no campo. Os condicionantes da saída dos jovens do meio rural são: penosidade e dificuldade do trabalho agrícola, ambiente da agricultura incerto e passar por dificuldades, não participação em atividades gerenciais e agrícolas. Além disto, os pais estimulam os filhos a cursar faculdade, mas no assunto sucessão rural e permanência no campo os pais destacam que não influenciam nesta decisão, optando por não interferir nas escolhas dos filhos entre ficar e sair do campo.


Palavras-chave


Agricultura familiar; Juventude do campo; Sucessão rural; Desenvolvimento rural; Sucessão familiar

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