Última alteração: 28-09-2017
Resumo
A poluição do solo por metais tóxicos devido às atividades antrópicas é um problema ambiental crescente. Plantas que habitam solo contaminado por metais tóxicos apresentam alteração no seu desenvolvimento, no entanto, algumas espécies podem desenvolver um mecanismo de tolerância a esses metais como estratégia de sobrevivência, sendo que a fitorremediação é um desses mecanismos. Assim, essa pesquisa visa apontar dentre três espécies florestais nativas da família Fabaceae (angico-vermelho, ingá-feijão e canafístula) a que possui maior potencial de ser utilizada para fitorremediação de solo contaminado com cobre (Cu). Para tal, o presente estudo está sendo desenvolvido em vasos com capacidade de 2 L, alocados em casa de vegetação do IFRS - Campus Sertão, sob delineamento experimental de blocos inteiramente casualizados em arranjo fatorial (6 doses de Cu x 3 espécies x 5 repetição, totalizando 90 unidades experimentais). Coletou-se solo na camada de 0-20 cm de uma área do IFRS - Campus Sertão, o qual foi submetido à análise para interpretação de atributos químicos (calagem, adubação recomendada e cálculo das doses de Cu a serem aplicadas), posteriormente peneirado e sob o qual foram adicionados 500 mg kg-1 de EDTA. Os tratamentos foram constituídos por seis níveis crescentes de contaminação por Cu (0, 60, 120, 180, 240 e 300 mg kg-1 de Cu), cujos valores são relacionados aos níveis de prevenção e intervenção em áreas agrícolas, residenciais e industriais determinados pela Resolução nº 420/2009 do CONAMA. A instalação do experimento ocorreu em 22/08/2017, momento em que cada vaso, com as respectivas doses de Cu, recebeu uma planta. Semanalmente estão sendo realizadas avaliações morfológicas (diâmetro do caule, altura da planta e número de folhas). Ainda, após 120 dias de condução do experimento serão avaliadas a massa seca da parte aérea e radicular, taxa de crescimento, índice de transporte de Cu, potencial de acúmulo de Cu, teor de clorofila, peroxidação lipídica, atividade da enzima catalase, teor de Cu na planta e no solo e índice da qualidade de Dickson. Até o momento, percebeu-se que em todas as doses e com todas as espécies estudadas, houve um crescimento médio de 0,75 cm na altura de planta. Ao término do experimento espera-se o entendimento dos processos associados à extração de Cu do ambiente e a indicação de uma potencial espécie para o processo de fitorremediação de solos contaminados por esse metal.