Portal de Eventos do IFRS, 7º Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SICT)

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Avaliação da viabilidade celular a partir do tratamento com óleo essencial de Myrrhinium atropurpureum em células de câncer cervical
Raquel Kiszewski Batista, Helana Ortiz Garcia, Jisette González, Gustavo Luiz Padilha, Karina Gisele Ferreira, Andrielle Silveira, Thais Cardoso Bitencourt, Alessandra Nejar Bruno

Última alteração: 14-12-2018

Resumo


O câncer de colo uterino humano é a terceira neoplasia mais incidente em mulheres no Brasil. Os tratamentos convencionais possuem citotoxicidade indiscriminada e altas taxas de recorrência. Considerando a riqueza da flora nativa brasileira, torna-se de extrema importância o estudo do potencial antineoplásico de substâncias provenientes desta. Como um exemplo, podemos mencionar a família Myrtaceae, com espécies que  destacam-se por suas aplicações farmacológicas e por seus extratos demonstrarem efeitos bactericida, antifúngico, analgésico, antipirético e antioxidante. Entretanto, muitos gêneros e espécies desta família ainda são pouco conhecidos e estudados, tais como as espécies do gênero Myrrhinium. Myrrhinium atropurpureum Schott, conhecida popularmente como carrapato ou pau-ferro é uma Myrtaceae, do gênero Myrrhinium, encontrada em todas as formações florestais do Rio Grande do Sul. Assim, este estudo visa avaliar o efeito do óleo essencial de Myrrhinium atropurpureum sobre a viabilidade de células de câncer cervical humano (SiHa) e queratinócitos imortalizados (HaCat – controle não tumoral). Para isso, o óleo essencial foi obtido por hidrodestilação, segundo metodologia descrita na Farmacopéia Brasileira, e analisado por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM). As linhagens foram cultivadas em meio Dulbecco’s modified Eagle’s medium (DMEM) suplementado com 10% de soro fetal bovino e mantidas em condições padrão (5% de CO2 e 37°C). O ensaio de MTT (0,5 mg/mL) foi realizado nas linhagens de Siha e HaCat após tratamento com o óleo solubilizado em DMSO (2:1) nas concentrações (0,01 - 10 μg/mL) durante 24 horas. Concomitantemente, foram realizados tratamentos apenas com o veículo DMSO nas mesmas concentrações e apenas DMEM (controle). O tratamento com o óleo essencial em diferentes concentrações inibiu de forma significativa e pronunciada a viabilidade das células tumorais entre 8 a 45%, enquanto as concentrações testadas não induziram efeitos inibitórios significativos sobre a viabilidade da linhagem não tumoral, no tempo de 24h. Através dos resultados foi feito uma curva de concentração, onde foi possível determinar o IC50 da linhagem não tumoral. Concluímos, portanto, a natureza promissora destes resultados, enfatizando a relevância de estudos adicionais envolvendo os óleos essenciais desta planta nativa como uma potencial alternativa terapêutica para o câncer cervical humano.

Palavras-chave


Plantas nativas; Biocompostos; Cultura celular

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