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Avaliação da viabilidade celular a partir do tratamento com óleo essencial de Myrrhinium atropurpureum em células de câncer cervical
Última alteração: 14-12-2018
Resumo
O câncer de colo uterino humano é a terceira neoplasia mais incidente em mulheres no Brasil. Os tratamentos convencionais possuem citotoxicidade indiscriminada e altas taxas de recorrência. Considerando a riqueza da flora nativa brasileira, torna-se de extrema importância o estudo do potencial antineoplásico de substâncias provenientes desta. Como um exemplo, podemos mencionar a família Myrtaceae, com espécies que destacam-se por suas aplicações farmacológicas e por seus extratos demonstrarem efeitos bactericida, antifúngico, analgésico, antipirético e antioxidante. Entretanto, muitos gêneros e espécies desta família ainda são pouco conhecidos e estudados, tais como as espécies do gênero Myrrhinium. Myrrhinium atropurpureum Schott, conhecida popularmente como carrapato ou pau-ferro é uma Myrtaceae, do gênero Myrrhinium, encontrada em todas as formações florestais do Rio Grande do Sul. Assim, este estudo visa avaliar o efeito do óleo essencial de Myrrhinium atropurpureum sobre a viabilidade de células de câncer cervical humano (SiHa) e queratinócitos imortalizados (HaCat – controle não tumoral). Para isso, o óleo essencial foi obtido por hidrodestilação, segundo metodologia descrita na Farmacopéia Brasileira, e analisado por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM). As linhagens foram cultivadas em meio Dulbecco’s modified Eagle’s medium (DMEM) suplementado com 10% de soro fetal bovino e mantidas em condições padrão (5% de CO2 e 37°C). O ensaio de MTT (0,5 mg/mL) foi realizado nas linhagens de Siha e HaCat após tratamento com o óleo solubilizado em DMSO (2:1) nas concentrações (0,01 - 10 μg/mL) durante 24 horas. Concomitantemente, foram realizados tratamentos apenas com o veículo DMSO nas mesmas concentrações e apenas DMEM (controle). O tratamento com o óleo essencial em diferentes concentrações inibiu de forma significativa e pronunciada a viabilidade das células tumorais entre 8 a 45%, enquanto as concentrações testadas não induziram efeitos inibitórios significativos sobre a viabilidade da linhagem não tumoral, no tempo de 24h. Através dos resultados foi feito uma curva de concentração, onde foi possível determinar o IC50 da linhagem não tumoral. Concluímos, portanto, a natureza promissora destes resultados, enfatizando a relevância de estudos adicionais envolvendo os óleos essenciais desta planta nativa como uma potencial alternativa terapêutica para o câncer cervical humano.
Palavras-chave
Plantas nativas; Biocompostos; Cultura celular
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