O presente trabalho traz resultados de uma pesquisa sobre a viabilidade da inclusão de um software de edição de partituras nas aulas de Teoria e Percepção Musical do curso Técnico em Instrumento Musical do IFRS – Porto Alegre. Os resultados até então obtidos com a aplicação do software MuseScore em aula manifestaram alguns efeitos interessantes na aprendizagem musical dos alunos, e este trabalho visa apresentá-los. Para salientar a importância desse enfoque, é preciso falar sobre paradigmas, que são muito importantes para a transmissão do conhecimento de uma forma geral. Contudo, com as mudanças e o avanço tecnológico, a quebra de alguns desses paradigmas torna-se vital para a evolução de saberes em uma determinada área de estudo. Tendo em vista que a Música é uma área de conhecimento altamente complexa, o critério tecnológico para a quebra de paradigmas deve estar em pauta. Os dados aqui apresentados e discutidos são resultado de uma pesquisa-ação, fundamentada em observações de situações pedagógicas ocorridas durante aulas e monitorias, entrevistas realizadas com um pequeno grupo de alunos com perfis variados, dentre outras interações com os alunos. A pesquisa ainda está em curso, mas os resultados produzidos até o momento apontam que a inclusão do MuseScore nas aulas contribui para um desenvolvimento musical mais efetivo dos alunos. Alguns casos observados permitem afirmar que conhecimentos relacionados a conceitos de teoria geral da música, de harmonia e à elaboração de arranjos musicais puderam ser compreendidos em um tempo significativamente menor do que acontecia nessas disciplinas antes da incorporação do MuseScore nas aulas. Atribuímos esse fenômeno à característica desse software de tornar muito intuitivo o processo de associação e significação sonora dos sinais gráficos de uma partitura e da localização das notas na mesma. Devido ao forte apelo visual e auditivo do software, o usuário interage graficamente na partitura e, ao mesmo tempo, auditivamente, pois há uma resposta sonora imediata que relaciona o que é escrito com o que é tocado, permitindo ao usuário assim averiguar se o resultado da notação corresponde ao que foi planejado musicalmente. Com o que levantamos até o momento é possível concluir que, por meio desta ferramenta tecnológica, novos paradigmas podem ser construídos, possibilitando que a tecnologia participe e favoreça o aprendizado musical.