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As construções identitárias nas literaturas africanas de língua portuguesa
Mariana Luisa Schaeffer Brilhante, Cassiana Grigoletto

Última alteração: 14-12-2018

Resumo


O presente trabalho analisa a estrutura narrativa e os aspectos temáticos dos contos “Tio, mi dá só cem” e “O feto”, que integram a obra Filhos da Pátria (2008), do escritor angolano João Melo. Tal estudo vincula-se ao projeto de pesquisa intitulado As construções identitárias da africanidade nas literaturas de língua portuguesa, que possui financiamento do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e/ou Tecnológica (PROBICT) e Auxílio Institucional à Produção Científica e/ou Tecnológica (AIPCT) e objetiva analisar as construções identitárias da africanidade nas literaturas de língua portuguesa, observando seus processos de transculturação, efeitos da colonialidade do poder e/ou mecanismos de descolonização. Compreendendo a literatura como um produto cultural que exige uma reflexão sobre os modos de (re)articulação dos tecidos narrativos, os elementos culturais formadores de identidades e as relações de poder que os constituem, a literatura tem desempenhado um importante papel na escrita da identidade cultural e histórica de seus povos. Assim, o corpus de análise se dá no livro de contos Filhos da Pátria (2008), que revisita Angola, país que teve sua independência apenas em 1975, e engendra a discussão sobre a multiplicidade de identidades no país. Ancorada nas teorias dos Estudos Culturais e Pós-Coloniais, esta pesquisa investiga os bens simbólicos representados nessas narrativas pós-coloniais. A temática sobre o ensino de literatura e as relações etnorraciais perpassam a formação profissional dos cursos de licenciatura em Letras e integram as políticas e referências em ações afirmativas nas diferentes instituições de ensino. No contexto atual, de práticas formativas fragmentadas e da presença de movimentos de segregação na sociedade, é imperativo o combate às diferentes formas de preconceito e de exclusão social. Nesse sentido, a inserção da literatura africana e suas temáticas afirmativas na formação e difusão do conhecimento é uma prática pedagógica importante, principalmente a partir da Lei 10.693 que prevê a obrigatoriedade do estudo da História e Cultura Afro-Brasileira nos currículos da educação básica. Com uma metodologia qualitativa e uma abordagem exploratória, as ações desenvolvidas por esse projeto integram etapas que envolveram a seleção do corpus literário para a análise, a investigação e apropriação de conceitos teóricos e críticos e, por fim, o trabalho de seleção de fragmentos textuais para os procedimentos de escrita interpretativa e analítica. Como resultado parcial do projeto, é possível apontar que a crítica à sociedade e às pessoas que a constroem, ficcionalizada nos contos, delineiam importantes opções para pensar a constituição das africanidades.

 


Palavras-chave


Literatura; Pós-colonial; Angola

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