Na culinária tradicional, tubérculos de Tropaeolum pentaphyllum Lam. (crem) são consumidos ralados em conserva no vinagre. A propagação da espécie ocorre pelo plantio de “tubérculos-sementes”, sendo o extrativismo in situ um desafio para sua conservação. O objetivo deste estudo foi acompanhar: polinização, frutificação, germinação e produção de tubérculos do crem durante um ciclo da espécie. Para avaliar os visitantes florais foram feitas 90 horas de observações, sendo registrados: visitante, horário, recurso coletado e comportamento. Os dados foram analisados através das taxas de visitação e de frutificação (n = 50). O estudo da germinação das sementes foi realizado na presença (n = 50) e na ausência (n = 50) de luz, totalizando 100 sementes. A semeadura foi realizada em bandejas, contendo turfa como substrato. Possíveis diferenças na germinação foram verificadas pelo teste do Qui-quadrado (χ2). Para avaliar a produção de tubérculos, 227 tubérculos foram plantados individualmente em vasos plásticos, contendo turfa como substrato. Para avaliar os dados foram calculadas: correlação de Pearson e razão entre massas da colheita e do plantio dos tubérculos. Os experimentos de germinação e produção de tubérculos foram mantidos em casa de vegetação com irrigação diária, temperatura (25°C) e umidade (UR > 50%) controladas. Os resultados mostraram que três espécies visitaram as flores de T. pentaphyllum: Leucochloris albicollis Vieillot (beija-flor-de-papo-branco), Chlorostilbon lucidus Shaw (besourinho-do-bico-vermelho) e uma espécie de abelha do gênero Euglossa. A abelha foi a visitante mais frequente (50%), seguida por C. lucidus (26%) e L. albicollis (24%). Portanto, T. pentaphyllum apresentou polinização mista. A protandria apresentada por T. pentaphyllum e o comportamento de seus polinizadores indicam que a geitonogamia prevalece. A taxa de frutificação foi de 24%. A germinação das sementes foi maior na ausência de luz (48%) que na presença (18%) (χ2 = 6,818; P ˂ 0,05), indicando que possam ser fotoblásticas negativas preferenciais. A correlação entre as massas inicial e final dos tubérculos foi forte, positiva e significativa (r = 0,913; P < 0,05). A razão da produção de tubérculos variou de 1,0 a 2,9 kg, média de 1,7 ± 0,6 kg. A liana T. pentaphyllum se caracteriza pela protandria e polinização mista. Sua germinação é maior no escuro que na presença de luz. O tamanho de tubérculos visando maior produtividade é de 80 a 90g, podendo-se obter 2,9 kg por quilograma plantado. O conhecimento de sua biologia reprodutiva pode auxiliar a conservação da espécie, bem como contribuir para aumentar sua produtividade.