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A escola reflete as ideologias dominantes de uma sociedade, dentre elas percebe-se o machismo refletido em seus aspectos mais diversos, tanto nos modos de dizer, nos modos de agir, como nos vários tipos de preconceitos. No entanto, o espaço escolar pode ser utilizado para a desconstrução dessas ideias que se perpetuam a tanto tempo, como é o caso do patriarcado. Dessa forma, o projeto de extensão “A nossa Voz: Precisamos falar sobre feminismo”, do IFRS campus Feliz, foi pensado com o intuito de oportunizar espaços de diálogo e construção coletiva de conhecimento, mobilização e conscientização sobre equidade de gênero, diversidade e direitos humanos sob o viés do feminismo em escolas da região do Vale do Caí através do protagonismo juvenil, estudantil e feminino. A necessidade de proporcionar diálogos reflexivos sobre esses temas na escola vem da busca pela valorização da mulher, pelo respeito às diferenças, pois há um alto índice de violência relacionado ao gênero, pela desconstrução de estereótipos sexistas e, ainda, devido ao fato de que é possível propiciar transformações dessa realidade, em essencial, na escola, onde ocorre a formação do sujeito, por meio da propagação de uma cultura de combate ao machismo. Ainda, o projeto busca divulgar o IFRS ao atingir escolas da região, dando visibilidade ao acesso à educação pública e gratuita oportunizada pelo IFRS. O projeto se materializa a partir de oficinas com estudantes de quinto e nono ano do ensino médio, adaptadas para cada faixa de desenvolvimento, estruturadas e conduzidas pelas bolsistas com o apoio das servidoras colaboradoras do projeto. Para isso, as estudantes e equipe do projeto utilizaram cinco meses para a elaboração das oficinas, concomitantemente com o aprofundamento teórico e a capacitação para a condução do trabalho em sala de aula com o público alvo. Pela experiência que tivemos até então, foi possível detectar algumas dificuldades tal como a própria abordagem da temática feminista, talvez por estarmos inseridas em um local de costumes conservadores, onde há certa resistência e falta de percepção sobre as problemáticas abordadas. Apesar disso, há também resultados positivos, como a busca de professoras da região para que o projeto faça mais ações voltadas às temáticas trabalhadas, reconhecimento das e dos estudantes a favor desses debates e, para além das oficinas, as ações vinculadas dentro do próprio campus Feliz que vem sendo realizadas esse ano.

Feminismo; Gênero; Protagonismo Juvenil; Educação.