Portal de Eventos do IFRS, 9º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

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Fitomassa de plantas de serviço de solo em diferentes épocas do ano em condições de alto teor de cobre.
Francisco Enderle, Luís Carlos Diel Rupp, Diovane Freire Moterle, Augusto Rizzardo Bettoni, Gabriel Augusto Luft, Taís Gireli, Luciana Pasqualini Bongiorno

Última alteração: 28-12-2024

Resumo


A Serra Gaúcha é pioneira no cultivo da videira (Vitis sp.). Esta atividade é perpetuada por gerações, encontrando-se vinhedos que possuem dezenas de anos de cultivo no mesmo local. A videira é perene e conta com uma susceptibilidade a fungos. Um exemplo é o Míldio (Plasmopara viticola) que ocasiona perdas consideráveis de produção. Para suprimir tal malefício, há muito tempo, utiliza-se para o controle destas doenças, fungicidas. O mais difundido, demonstrando boa eficácia contra o Míldio da videira é a calda bordalesa, composta de sulfato de cobre e cal, ambos de origem mineral. Seu uso sempre foi satisfatório, porém gerou acúmulo de íons de cobre nos solos, com impacto ambiental e produtivo nas vinhas, estabelecendo dificuldade na renovação de vinhedos. Objetiva-se com este trabalho, avaliar o crescimento de  plantas de serviço em um vinhedo contaminado com excesso de cobre. Avaliou-se Nabo forrageiro, centeio, ervilhaca e plantas espontâneas, semeadas em 16 parcelas dentro de um mesmo vinhedo, onde realizou-se por mais de sessenta anos aplicações com sulfato de cobre. O parreiral é dotado de um cambissolo e o delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados. De tal maneira, avaliou-se o crescimento de plantas de cobertura, com diferentes épocas de implantação (outono e inverno) e diferentes cultivos (solteiro e consorciado), contabilizando-se a massa seca produzida pelas plantas de cobertura nestes dois períodos. A coleta das plantas de cobertura ocorreu em julho e novembro, sendo realizada com aparador manual, delimitado por quadrado metálico de 0,25 m². Coletou-se aleatoriamente em duas repetições por parcela. As amostras foram secas em estufa até a massa constante e contabilizaram-se as quantidades médias de fitomassa para as parcelas, com base na produção coletada de maneira aleatória no vinhedo. Observou-se que o cultivo de outono, especialmente com a presença de nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) agregou maior produção de fitomassa nas amostras, diferindo estatisticamente dos demais tratamentos por seu crescimento ter sido superior, o que auxilia na mobilização do íon cobre no solo, acrescentando matéria orgânica a este, favorecendo o cultivo da videira. Notou-se, durante o experimento, uma dificuldade de crescimento do centeio e da ervilhaca, ambas demonstraram amarelecimento de folhas precoce e pouco vigor, sintomas associados à toxicidade com cobre em plantas. De tal modo, a prática de semeadura de nabo pode vir a ser indicada como estratégia de mitigação do excesso de cobre no solo em vinhedos, visto que a planta se desenvolveu de maneira destacada em relação às demais plantas de cobertura analisadas, o que pode propiciar, em médio prazo, um acréscimo de matéria orgânica no solo, gerando uma maior capacidade de troca de cátions, podendo o cobre estar complexado nesta ctc, tornando-se menos disponível às futuras plantas desta área.



Palavras-chave


Viticultura, cobertura de solo, nabo-forrageiro.

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