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Flores e sinais: uma abordagem inclusiva da floriografia para estudantes surdos no sul do Brasil
Fernanda Neves Prates, Maria de fatima Nora Lopes, Candice Batista de Fraga

Última alteração: 20-12-2024

Resumo


O presente estudo sobre a floriografia adaptada para surdos representa uma proposta inovadora dentro do projeto "Libras: Práticas e Inclusão!", desenvolvido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), Campus Viamão. Esta iniciativa, promovida pelo Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE), visa facilitar uma compreensão acessível das plantas e flores da Região Sul do Brasil, ao mesmo tempo em que favorece a inclusão de alunos surdos no ambiente educacional. O enfoque do projeto busca enriquecer o aprendizado acerca do simbolismo das flores e estabelecer um canal de comunicação eficaz que possibilite a todos os estudantes explorar o mundo floral de maneira significativa e inclusiva. Para tanto, foram delineados os seguintes objetivos específicos: (I) estudar as plantas e flores da Região Sul do Brasil, catalogando espécies nativas, suas características e usos; (II) investigar a floriografia dessas plantas e flores, explorando os significados e simbolismos associados a cada espécie, enriquecendo a compreensão cultural; (III) pesquisar os sinais em Libras dessas plantas e flores, desenvolvendo um glossário que associe as espécies a seus respectivos sinais; e (IV) adaptar esses materiais para Libras e inseri-los no canal do YouTube do NAPNE, criando conteúdos audiovisuais acessíveis para a ampla disseminação do conhecimento. A abordagem metodológica adotada neste estudo é qualitativa, a qual se revela de extrema importância para a investigação da floriografia. Esta perspectiva permite uma compreensão mais profunda das interações sociais e culturais relacionadas ao uso de plantas e flores, além de possibilitar a exploração das significações e simbolismos que emergem no contexto do aprendizado. Por meio de entrevistas, observações e análise de materiais, é possível captar as nuances do conhecimento floral, especialmente no que diz respeito à experiência dos alunos surdos, favorecendo uma integração mais significativa. Os resultados obtidos com a implementação deste projeto indicaram um forte interesse não apenas dos alunos com Necessidades Educacionais Específicas (NEE), mas também dos demais estudantes acolhidos pelo NAPNE. Essa dinâmica vai ao encontro dos objetivos do projeto, que, além de promover a Libras, visa a inclusão e a integração de todos os alunos no processo educativo. A realização deste trabalho sobre floriografia adaptada para surdos apresenta-se como uma contribuição significativa para a inclusão educacional, ao mesmo tempo que destaca a relevância do ensino da botânica de forma acessível. Além disso, a experiência adquirida abre um leque de possibilidades para futuros desenvolvimentos na disciplina de Projeto Integrador I, fomentando novas pesquisas e práticas inclusivas na área da botânica. A justificativa positiva para a continuidade dessa iniciativa reside na sua capacidade de promover a diversidade e o aprendizado significativo, aspectos essenciais em um ambiente educacional inclusivo.


Palavras-chave


Floriografia; Libras; Acessibilidade.

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