Última alteração: 28-12-2024
Resumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental que impacta a comunicação, a interação social e a aprendizagem. A Lei Brasileira nº 12.764/2012 garante o direito à educação inclusiva para pessoas com TEA, demandando a adaptação de práticas pedagógicas e a criação de recursos acessíveis. O projeto "Desenvolvimento de Materiais Paradidáticos para o Ensino de Geografia a partir do Conceito de Desenho Universal de Aprendizagem" é uma iniciativa de pesquisa científica desenvolvida no Campus Rio Grande do IFRS com o objetivo de desenvolver materiais contemplando as diferentes necessidades educacionais. Neste contexto, o Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) emerge como uma abordagem promissora para promover a inclusão educacional, ao oferecer múltiplas formas de representação, ação e engajamento. A presente pesquisa adotou uma abordagem metodológica que envolveu uma revisão sistemática da literatura sobre a produção de materiais didáticos para o ensino de Geografia, com enfoque em recursos acessíveis para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A revisão buscou identificar características como linguagem concisa e objetiva, utilização de recursos visuais e sensoriais, e atividades que demandam menor tempo e concentração, visando atender às necessidades específicas desse público. Como passo final, estima-se que os materiais produzidos sejam organizados em uma plataforma digital de acesso aberto, permitindo a sua utilização por diferentes escolas e comunidades. Alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente apresentam dificuldades que podem impactar significativamente seu desempenho escolar. Dificuldades com a concentração, a abstração e a inflexibilidade cognitiva são comuns, assim como a presença de estereotipias que podem interferir na atenção às tarefas. Além disso, a falta de interesse por determinados conteúdos, a dificuldade em compreender figuras de linguagem e metáforas, e a memorização fragmentada de textos contínuos são características que podem dificultar o processo de aprendizagem desses alunos. A produção de materiais didáticos adaptados para esses discentes exige atenção a detalhes como a utilização de linguagem clara e objetiva, organização visual, estruturação clara das informações e progressão gradual do conteúdo. A flexibilidade na apresentação do conteúdo e a adaptação individualizada são cruciais para garantir o sucesso do aprendizado. A utilização de tecnologias assistivas também é uma interessante estratégia nessa busca por um ensino mais inclusivo. Concluímos que o estudo evidencia a importância do DUA para a criação de materiais pedagógicos acessíveis e inclusivos. A produção de recursos visuais e a adaptação da linguagem aos diferentes perfis de aprendizado são estratégias eficazes para promover a inclusão de estudantes com TEA. Ampliando pesquisas nessa área, com o objetivo de desenvolver e avaliar outras ferramentas e recursos que possam contribuir para a melhoria da qualidade do ensino para todos os alunos.