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Saúde mental e formação profissional: um estudo no contexto do IFRS – Campus Erechim
Isabelle Storti, Fernanda Zatti, Claudia Turik de Oliveira, Daniela Fátima Mores, Silvana Saionara Gollo, Sidnei Dal Agnol

Última alteração: 28-12-2024

Resumo


Considerando os estudos que têm revelado uma alta prevalência de transtornos mentais entre estudantes de cursos superiores, bem como as características inerentes ao período de formação e as repercussões decorrentes da pandemia de Covid-19 para a saúde mental, a presente pesquisa objetivou compreender as relações entre vivências acadêmicas e saúde mental dos estudantes dos cursos superiores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Erechim. Para tanto, os objetivos específicos se conceberam na perspectiva de: i) descrever características sociodemográficas e acadêmicas dos participantes; ii) caracterizar as vivências acadêmicas dos estudantes nas dimensões pessoal, interpessoal, carreira, estudo e institucional; iii) identificar a prevalência de sintomas de ansiedade, estresse e depressão nos participantes; iv)  relacionar a presença de sintomas indicativos de ansiedade, estresse e depressão com a qualidade das vivências acadêmicas dos participantes. v) conhecer as percepções dos estudantes sobre as relações entre o contexto acadêmico e a saúde mental.  Participaram da pesquisa 164 estudantes matriculados nos cursos superiores da instituição.  A pesquisa se constituiu da aplicação de três instrumentos, sendo um questionário que buscou realizar uma caracterização sociodemográfica e acadêmica dos estudantes e conhecer e suas percepções acerca do contexto de formação e a saúde mental; o Questionário de Vivências Acadêmicas – Versão Reduzida [QVA-r]; e a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21). Os dados quantitativos foram analisados por meio de análises estatísticas descritivas e inferenciais. Por outro lado, as informações qualitativas foram analisadas por meio da Análise de Conteúdo. Os resultados indicaram que 68,3% dos participantes consideram possuir alguma dificuldade de natureza emocional e 27,4% apresenta diagnóstico realizado por profissional de saúde mental. Além disso, 38,4% dos participantes mencionaram que apresentaram alguma dificuldade relacionada ao contexto acadêmico que prejudicou o seu bem-estar físico ou emocional ou tenha causado sofrimento. Com exceção da dimensão Pessoal, os escores de todas as facetas do QVAr, bem como o escore geral, situam-se acima do ponto médio da escala.  Verificou-se que conforme avaliação do instrumento DAAS 21, 39% dos participantes apresenta algum sinal indicativo de Depressão; 37,2% algum sinal indicativo de Ansiedade, e 57,3%, algum sinal indicativo de estresse. Em relação ao escore geral e as dimensões das vivências acadêmicas, verificaram-se correlações negativas de magnitudes fracas a fortes com todos os indicadores de saúde mental investigados (depressão, ansiedade e estresse). As dificuldades relacionadas ao contexto acadêmico percebidas pelos estudantes englobam questões emocionais, relações interpessoais, dificuldades de aprendizagem, didática e metodologia de ensino e dificuldade de conciliar estudo e trabalho. Conclui-se que são fundamentais estratégias que contribuam com a qualidade do processo educacional e com a proposição de ações voltadas à prevenção e promoção em saúde mental, repercutindo em melhores condições de permanência e êxito para os estudantes.

Palavras-chave


Saúde mental. Vivências acadêmicas. Ensino superior. Estudantes.

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