Última alteração: 28-12-2024
Resumo
A desigualdade de gênero continua muito presente na sociedade. Os papéis de gênero são uma construção social e moldam os comportamentos e expectativas de meninos e meninas desde a infância, influenciando as formas de estímulo e incentivo de suas capacidades. No ambiente acadêmico das ciências exatas é comum que as mulheres sejam subestimadas e menosprezadas, pois, culturalmente, essas áreas são consideradas masculinas. Esse comportamento contribui para a discriminação, o preconceito e a desigualdade de gênero nessas áreas. Esta pesquisa teve como objetivo identificar estudos recentes que abordam a desigualdade de gênero nas áreas científicas a fim de trazer subsídios para uma revisão de literatura. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, através do levantamento e leitura de artigos publicados sobre o tema. A busca foi realizada na plataforma de periódicos Capes, usando como filtros artigos de produção nacional publicados em português a partir de 2010. A busca pelos termos “mulheres + desigualdade de gênero + ciências exatas” retornou com 49 artigos, dos quais foram selecionados 8 textos que mais se aproximavam do objeto de estudo. Uma segunda etapa usou os termos “mulheres + ciências + EPT” visando buscar artigos relacionados com a educação profissional e técnica, essa busca retornou 22 artigos, entre os quais alguns se repetiam aos já selecionados e outros faziam parte do mesmo número do periódico Plurais - Revista Multidisciplinar. Identificou-se uma publicação temática da revista em questão, com o título “Mulheres na Educação Profissional e Tecnológica”, de onde foram selecionados 6 artigos. Portanto, a análise bibliográfica consistiu no exame de 14 artigos. Embora os artigos tragam abordagens específicas, alguns com estudos de caso geograficamente limitados a uma região ou instituição, em geral, as conclusões são semelhantes e apontam para a desigualdade de gênero nas ciências exatas. A revisão da literatura revelou que estereótipos de gênero, preconceitos e a falta de representação feminina nas ciências, especialmente nas áreas exatas, contribuem para a subestimação das capacidades das mulheres, além disso a falta de representatividade faz com que as estudantes desde muito cedo se afastem dessas áreas, perpetuando a desigualdade de gênero. Destaca-se a grande quantidade de publicações sobre o tema, indicando um movimento no sentido de compreender o fenômeno, e também a necessidade de ampliar as discussões e buscar alternativas para promover um ambiente educativo inclusivo que incentive o interesse e a participação das meninas nas áreas exatas. Além disso, verifica-se que a escola, como instituição social, frequentemente reproduz esses papéis e estereótipos de gênero, contribuindo para sua perpetuação. Nesse sentido, compreender as relações de gênero no ambiente escolar e adotar práticas para mitigar as desigualdades de gênero torna-se essencial para promover a equidade.