Última alteração: 20-12-2024
Resumo
A geografia é composta de vários elementos importantes para nossas atividades cotidianas, desde a orientação até a compreensão da complexa organização do mundo, sempre na busca da compreensão da relação entre natureza e sociedade. Ao longo das séries, desde o ensino fundamental, a geografia nos ensina sobre direções, clima e tempo, termos geográficos e tipos de solo. No ensino médio, aprendemos sobre relevo, diferentes mapas e muitos assuntos mais complexos, onde, muitos deles, são visuais, especialmente, através de representações do mundo em que vivemos e em diferentes abordagens possíveis. Soma-se a isso a aprendizagem de como a acessibilidade se tornou um fator importante para a educação, boa convivência e inclusão. Compreender a geografia pode exigir esforços maiores, que são majorados para pessoas cegas ou de baixa visão. É nesse contexto que foi proposto o projeto de ensino “Ensino de Geografia a partir da geração de ambiências”, cuja ideia é encontrar formas de ensinar a geografia a partir das realidades do entorno, buscando meios para contextualizar os conceitos abordados, especialmente, nos horários de atendimento. Essa atividade sempre foi acompanhada por mim, bolsista do projeto. Nesses horários de atendimento, notamos que o trabalho com uma estudante com deficiência visual deveria ser mais profundo, pois, aparentemente, ela nunca teve a dimensão do que é o relevo. Logo, nosso foco se ampliou e nos dedicamos, também, a auxiliá-la a partir da produção de materiais onde ela poderia, a partir do tato, compreender do que se tratava os conceitos abordados em aula. Ao decorrer dos atendimentos, notamos que essa estudante não tinha conhecimentos básicos de geografia e precisava de maior dedicação para compreender alguns conceitos básicos de geografia, que poderiam ajudá-la a se localizar melhor no espaço. Imagens não serviriam para ela pela sua cegueira, por isso pensamos no mapa tátil como instrumento pedagógico. A construção desse instrumento ocorreu a partir de uma mapa-base hipsométrico, produzido pelo IBGE, disponível na mapoteca do campus. A partir da utilização da uma mesa retroiluminada, fizemos o contorno pelas linhas hipsométricas para posterior corte em isopor por essas linhas, como a tradução das curvas de nível para três dimensões. Após o corte e a colagem (em fase de execução, nesse momento), teremos as camadas altimétricas em camadas de isopor, com o recorte das linhas hipsométricas, o que promoverá a noção do relevo em três dimensões. Por fim, a produção desse material é apenas o começo da produção de outros materiais que promovam a acessibilidades aos estudantes que cada vez mais procuram o campus como uma alternativa para a inclusão em ensino médio de rede pública de ensino. A oportunidade de ser bolsista tem me garantido melhores aprendizados em geografia, assim como sobre a inclusão de diferentes pessoas com deficiência.