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Educação linguística em Língua Inglesa na infância na rede pública municipal de Farroupilha/RS: desafios e possibilidades
Júnior de Arruda, Lucilene Bender de Sousa

Última alteração: 17-12-2024

Resumo


Na sociedade globalizada de hoje, a Língua Inglesa é a mais falada no mundo, com aproximadamente 1.4 bilhão de falantes ao redor do globo, incluindo aqueles que falam o idioma como segunda língua, conforme dados da Ethnologue (2023). O inglês promove e amplia a interação com outras culturas e realidades, possibilita a compreensão de livros, músicas e séries que não estão na língua materna e facilita processos de ensino e aprendizagem, considerando que a maioria das produções acadêmicas são publicadas em inglês, além de favorecer a atuação no mundo do trabalho, pois falar outro idioma viabiliza maiores oportunidades profissionais. O aprendizado da Língua Inglesa é defendido por diversos estudiosos desde a infância (Lima; Martins, 2021), sendo que especialmente até os sete anos de idade a criança está em processo de desenvolvimento do aparelho fonador e torna-se mais fácil e natural associar palavras de uma língua estrangeira com a língua materna. Nesse sentido, pesquisas atuais defendem o termo educação linguística na infância (Tonelli, 2023; Magiollo; Tonelli, 2020) para o ensino de inglês com crianças, uma vez que o ato de ensinar a língua envolve, do mesmo modo, educar por meio dela, contribuindo para a formação integral do sujeito. Agora, é preciso pensar em uma educação linguística em Língua Inglesa que considere a pluralidade do universo infantil e conjecture nos sentidos que são construídos pelos pequenos por meio das línguas e das relações que estabelecem com o mundo que os rodeia e não apenas por questões mercadológicas. No Brasil, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular (Brasil, 2018), a Língua Inglesa é trabalhada de maneira normativa a partir do sexto ano do Ensino Fundamental. Na realidade pública municipal de Farroupilha/RS, as escolas ensinam a língua estrangeira seguindo a Base Nacional Comum Curricular, embora tenham oficinas de linguagens para reforçar conhecimentos de português e matemática a partir da Educação Infantil e já tenham trabalhado com o ensino de italiano e inglês anteriormente na Educação Infantil e nos Anos Iniciais, o que não acontece no momento presente. Para Freire e Santos (2021), uma das principais questões que envolvem o ensino da Língua Inglesa na modalidade de ensino infantil diz respeito à diferença entre a rede pública e privada, sendo que os estudantes da rede particular, geralmente, têm contato com o inglês desde o maternal. Segundo eles, embasados em outros trabalhos, a Educação Infantil é uma das bases principais na construção dos saberes dos alunos e, por isso, quanto mais for explorada a capacidade de aprender, mais competências serão desenvolvidas. Conforme os estudos de Cristine Brandenburg, Ana Paula Pohl e Karen Andresa Teixeira Santorum (2019), estimular a cognição da criança, especialmente na primeira infância, é de extrema importância para desenvolver a motivação necessária que fará com que ela foque no aprendizado de uma língua estrangeira nos anos posteriores. De acordo com Faria e Sabota (2019), as escolas bilíngues são uma realidade hoje e é preciso pensar na formação dos professores. Também é necessário e urgente que ações sejam concretizadas no contexto nacional, como a criação de políticas e o desenvolvimento de pesquisas, estudos e debates sobre os processos de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras/adicionais para crianças. Ademais, as autoras propõem estratégias de formação específica como disciplinas eletivas, repensar práticas de estágio e aperfeiçoamento em formas de especialização. Seguindo esse viés, o projeto intitulado Educação linguística em Língua Inglesa na infância na rede pública municipal de Farroupilha/RS: desafios e possibilidades, vinculado ao curso de Mestrado Profissional em Educação Básica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Farroupilha e orientado pela professora Lucilene Bender de Sousa na linha de pesquisa Formação de Professores, Currículos e Práticas Pedagógicas na Educação Básica, propõe contribuir para a implementação de uma educação linguística em Língua Inglesa na infância na rede pública municipal de Farroupilha/RS, defendendo sua promoção desde a Educação Infantil. Cidades vizinhas como Bento Gonçalves/RS e Caxias do Sul/RS têm escolas públicas municipais que oferecem aulas de inglês nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, exemplificando possibilidades. O trabalho almeja pesquisar sobre educação linguística em Língua Inglesa, bilinguismo e desenvolvimento infantil, além de mapear os documentos que tratem de políticas públicas para o ensino de línguas estrangeiras em Farroupilha/RS e promover encontros para diálogos entre Secretária Municipal de Educação e professores de Língua Inglesa da rede pública municipal para refletirem sobre os desafios e possibilidades de implementação de uma educação linguística em Língua Inglesa na infância. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de cunho bibliográfico e documental. A proposta justifica-se tanto pela relevância do inglês como língua franca na contemporaneidade, quanto pelos benefícios de uma educação linguística em Língua Inglesa na e para a infância, bem como pela falta de oferta do idioma na Educação Infantil e nos Anos Iniciais na rede pública municipal de Farroupilha/RS. Além da qualificação do projeto como requisito parcial para a obtenção do título Mestre em Educação, espera-se que a pesquisa incentive a implementação da Língua Inglesa desde a primeira infância em Farroupilha/RS e que as conclusões do trabalho sirvam de base para outros estudos na área.

Palavras-chave


Educação linguística; Língua Inglesa; Infância.

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