Portal de Eventos do IFRS, 9º SALÃO DE PESQUISA, EXTENSÃO E ENSINO DO IFRS

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Germinação de sementes em diferentes tratamentos, desenvolvimento de plantas e produção de tubérculos em Tropaeolum pentalhyllum Lam. (Tropaeolaceae), no Alto Uruguai (RS)
Angela Julia Dorn, Juliana Marcia Rogalski, Fabricio Fiebig De Paz, Eduardo Bedin Pasquetti, Talissa Baroni, Maísa Naeher, Rafael Loreto Sinhor, Samara Assunção Antunes

Última alteração: 28-12-2024

Resumo


A geófita Tropaeolum pentaphyllum Lam. (crem) é uma planta alimentícia não convencional, com uso medicinal e ornamental, porém encontra-se ameaçada de extinção. O objetivo deste estudo foi avaliar a germinação de sementes em diferentes tratamentos, o desenvolvimento das plantas e a produção de tubérculos em T. pentaphyllum, durante um ciclo de cultivo. Sementes foram coletadas (n = 960 sementes) em diferentes municípios do Alto Uruguai (RS). As sementes foram embebidas em água destilada (n = 480) e ácido giberélico, na concentração de 50 ml.L-1 (n = 480), ambos por 24 horas. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições e 20 sementes cada, perfazendo um trifatorial: 2 (controle e GA3) X 2 (luz e escuro) X 3 (areia autoclavada, turfa e vermiculita). O plantio das sementes ocorreu em bandejas de poliestireno, mantidas em casa de vegetação (irrigação diária; 25ºC), no Instituto Federal do Rio Grande do Sul – Campus Sertão. A avaliação da germinação ocorreu semanalmente durante 12 meses, nos seguintes tratamentos: T1) controle, claro, areia; T2) GA3, claro, areia; T3) controle, escuro, areia; T4) GA3, escuro, areia; T5) controle, claro, turfa; T6) GA3, claro, turfa; T7) controle, escuro, turfa; T8) GA3, escuro, turfa; T9) controle, claro, vermiculita; T10) GA3, claro, vermiculita; T11) controle, escuro, vermiculita; e T12) GA3, escuro, vermiculita. O desenvolvimento das plantas (comprimento e diâmetro do caule, em milímetros; e número de folhas) também foi acompanhado semanalmente. Os dados foram submetidos a estatísticas descritivas (média ± IC, α = 0,05) e análise de variância, com auxílio do Software Sisvar 5.6. Em relação à germinação, o melhor resultado ocorreu no T3 (78,7%), mas não diferiu estatisticamente de T4 (63,4%), T5 (64,5%), T7 (62,5%) e T11 (66,7%).  O comprimento médio do caule não diferiu entre os tratamentos, apresentado média geral de 328,3 ± 69,1 mm. Não houve diferenças estatísticas para os diâmetros do caule, sendo os valores médios: 0,9 ± 0,2 mm para a base; 0,6 ± 0,1 mm para o meio; e 0,4 ± 0,1 mm pra o ápice. O maior número médio de folhas (55,3 ± 16,0 folhas) foi registrado no T11, que foi superior ao T8 (13,0 folhas) e não diferiu dos demais. A maior produção de tubérculos foi registrada nos tratamentos T2, T6, T8 e T12 (100%), porém não diferiram estatisticamente dos demais. A manutenção das sementes no escuro e o uso de GA3 aumentaram a germinação, superando a dormência das sementes e indicando que a espécie seja fotoblástica negativa preferencial. A produção de tubérculos em todos os tratamentos mostrou que a germinação pode contribuir para a obtenção de tubérculos-semente, o que pode diminuir a extração de tubérculos in situ e aumentar a diversidade genética dos cultivos, contribuindo para a conservação de T. pentaphyllum.

Palavras-chave


Espécie ameaçada; PANC; Reprodução sexuada.

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